Narrativas de professores e professoras de Educação Física acerca das implicações das políticas educacionais no trabalho docente na rede municipal de ensino de Porto Alegre/RS

Abstract

O presente estudo está inserido na linha de pesquisa Formação de Professores e Prática Pedagógica, do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A pesquisa tomou como questão investigativa a seguinte pergunta: como professores e professoras de Educação Física da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre/RS compreendem o trabalho docente diante das políticas educacionais implementadas a partir de 2017? Para isso se realizou um estudo ancorado na pesquisa qualitativa por meio de uma Pesquisa Narrativa. O trabalho de campo foi realizado em duas escolas da Rede Municipal de Ensino da cidade de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, e os colaboradores foram quatro docentes de Educação Física dessas instituições. Nesta pesquisa a partir das narrativas e experiências acompanhadas foi possível analisar que os colaboradores e as colaboradoras dessa investigação: a) identificam que as políticas implementadas pela Gestão Municipal 2017-2020 sofrem influência direta dos pressupostos neoliberais de organização da sociedade; b) interpretam que as alterações propostas pela nova rotina modificaram a organização escolar e, consequentemente, o trabalho docente em Educação Física na Rede; c) narram que durante a Gestão Municipal 2017-2020 ampliou-se o descaso com a estrutura física e material das escolas; d) compreendem que, tendo em vista a escassez de espaços de formação e a retirada do espaço de reunião pedagógica semanal, os docentes da Rede foram pedagogicamente prejudicados; e) indicam que as alterações no plano de carreira dos servidores do Município ocasionaram perda de condições de trabalho e de direitos, impactando financeira e emocionalmente; f) narram que a Gestão 2017- 2020 não esteve disponível para construir a Rede juntamente com as comunidades escolares; g) sustentam que durante a experiência da crise pandêmica, a Gestão 2017-2020 manteve certa negação do diálogo entre a Secretaria Municipal de Educação e os sujeitos das escolas, recorrendo as forças empresariais da cidade para pensar demandas pedagógicas e não conseguiu dar conta do atendimento às demandas sociais das comunidades escolares.

El presente estudio forma parte de la línea de investigación Formación de Profesores y su Práctica Pedagógica, del Programa de Posgrado en Ciencias del Movimiento Humano de la Universidad Federal de Rio Grande do Sul. La investigación tomó como pregunta de investigación la siguiente cuestión: ¿cómo docentes de Educación Física de la Red Municipal de Docencia de Porto Alegre/RS entienden su trabajo docente en vista de las políticas educativas implementadas desde 2017? Para ello, se realizó un estudio anclado en la investigación cualitativa a través de una Investigación Narrativa. El trabajo de campo se realizó en dos escuelas de la Red Municipal de Educación en la ciudad de Porto Alegre, en el estado de Rio Grande do Sul, y los colaboradores han sido cuatro profesores de Educación Física de estas instituciones. En esta investigación, a partir de las narrativas y experiencias seguidas, fue posible analizar que los colaboradores de esta investigación: a) identifican que las políticas implementadas por la Gestión Municipal 2017-2020 están directamente influenciadas por los supuestos neoliberales de la organización de la sociedad; b) interpretan que los cambios propuestos por la nueva rutina cambiaron la organización escolar y, en consecuencia, el trabajo docente en Educación Física en la Red; c) narran que durante la Gestión Municipal 2017-2020 se amplió el descuido con la estructura física y material de las escuelas; d) entienden que, ante la escasez de espacios de formación y el retiro del espacio de encuentro pedagógico semanal, los docentes de la Red se reconocen perjudicados pedagógicamente; e) indican que cambios en el plan de carrera de los empleados de la Municipalidad provocaron pérdida de condiciones y derechos laborales, impactando económica y emocionalmente; f) narran que la Gestión 2017-2020 no estuvo disponible para construir la Red junto con las comunidades escolares; g) sustentan que durante la experiencia de la crisis pandémica, la Gestión 2017-2020 mantuvo una cierta negación al diálogo entre la Secretaria Municipal de Educación y los sujetos escolares, recurriendo a las fuerzas empresariales de la ciudad para pensar las demandas pedagógicas y no ha sido capaz de hacer frente a las demandas sociales de las comunidades escolares.