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dc.contributor.advisorDiemen, Lisia vonpt_BR
dc.contributor.authorRebelatto, Fernando Pezzinipt_BR
dc.date.accessioned2021-09-02T04:24:44Zpt_BR
dc.date.issued2021pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/229424pt_BR
dc.description.abstractO Brasil é um dos maiores mercados de cocaína no mundo. O uso de crack é um grande problema de saúde pública nas cidades brasileiras, e está frequentemente atrelado à vulnerabilidade social. Apesar do seu alto potencial dependógeno e de ser uma droga que frequentemente leva indivíduos a procurarem tratamento, o crack dificilmente é uma das primeiras substâncias psicoativas a serem usadas. Em vez disso, drogas legalizadas (como o álcool e o tabaco) e outras drogas ilegais (como a maconha e a cocaína aspirada) são frequentemente usadas antes do crack. Essa trajetória do uso de drogas pode ser denominada de progressão para o uso de crack. Embora este seja um fenômeno comum, poucos estudos avaliaram os fatores associados a essa progressão, como o quão rápida ela pode ocorrer e quais fatores diminuem o seu intervalo de ocorrência. A exposição a eventos adversos – especialmente experiências abusivas, como violência sexual e física – é comum entre pessoas com transtornos por uso de substâncias. Esses tipos de experiências são importantes preditores para diversos transtornos psiquiátricos, e podem ser fatores elegíveis para uma progressão mais rápida para o uso de crack. É importante considerar, no entanto, que os padrões de uso de crack diferem entre homens e mulheres que usam essa substância. Enquanto os homens apresentam início mais precoce do uso de drogas em geral, mulheres apresentam maior gravidade do uso de crack e procuram por tratamento mais cedo. Além disso, mulheres tendem a ser mais expostas a situações de violência ao longo da vida do que os homens. Assim, esta dissertação visa explorar a relação entre esses fatores, avaliando se a progressão do primeiro uso de drogas até o uso de crack difere de acordo com o gênero, e se o relato de violência física ou sexual impacta o tempo de progressão. Este é um estudo transversal, consistindo numa análise secundária de uma base de dados que reuniu três projetos de pesquisa, que entrevistaram 896 usuários de crack (548 homens; 348 mulheres) em unidades de tratamento para dependência química em seis capitais brasileiras. Modelos de regressão de Cox avaliaram o tempo de progressão entre o primeiro uso de drogas e o uso de crack. Essas análises compararam os gêneros de acordo com a ausência ou presença de violência física ou sexual, considerando a sua ocorrência antes ou após o início do uso de crack quando presentes. Em geral, as mulheres apresentaram uma progressão mais rápida para o uso de crack quando comparadas aos homens (HRs variando entre 1,24 e 2,38, p<0,05). Uma progressão similar foi observada entre homens não expostos e homens expostos a violência sexual ou física antes do primeiro uso de crack (p=0,167 e p=0,393, respectivamente). Em ambos os gêneros, observou-se uma progressão mais rápida entre indivíduos expostos a esses tipos de violência após o início do uso de crack (HRs variando entre 1,45 e 2,38, p<0,01). Apesar de a exposição precoce a violência não ter interferido no tempo de progressão para o uso de crack, nossos achados destacam uma maior vulnerabilidade à qual usuários de crack estão sujeitos, uma vez inseridos no contexto de uso da droga. Esses resultados encorajam um tratamento diferenciado, com enfoque em questões de gênero e características individuais.pt_BR
dc.description.abstractBrazil is one of the largest cocaine markets in the world. Crack-cocaine use is a major public health concern in Brazilian cities, and it is frequently related to social vulnerability. Despite its high potential for addiction and frequently being a drug that motivates individuals to seek for treatment, crack is hardly ever one of the first psychoactive substances of use. Instead, legal drugs (such as alcohol and tobacco) and other illegal drugs (such as marijuana and powder cocaine) are often used before crack. This trajectory of drug use could be named as the progression to crack use. Although it is a common phenomenon, few studies have evaluated the factors associated to this progression, how quick it may happens and which factors shorten its time interval of occurrence. Exposure to adverse events – especially abusive ones, such as sexual and physical violence – is common among individuals with substance use disorders. These types of experience comprise important predictors for several psychiatric disorders, and they could be eligible factors for a more rapid progression to crack use. It is important to consider, however, that patterns of crack use differ among men and women who use this substance. As men often present an earlier onset of drug use, women present greater severity of crack use and seek for treatment earlier. Besides that, women tend to be more exposed to lifetime violence than men. Thus, this dissertation explores the relation of these factors by evaluating whether the progression from first drug use to crack-cocaine differs according to gender, and whether the report of sexual or physical violence impacts the time of progression. This is a cross-sectional study, consisting in a secondary analysis of a database that gathered three research projects, which interviewed 896 crack users (548 men; 348 women) in addiction treatment units in six Brazilian state capitals. Cox regression models evaluated the time of progression from the first drug use to crack use. These analyses compared genders according to the absence or presence of sexual or physical violence, considering their occurrence before or after the onset of crack use when present. Overall, women presented a faster progression to crack use compared to men (HRs ranging between 1.24 and 2.38, p<0.05). Compared to unexposed men, there was a similar progression for men exposed to sexual or physical violence before the first use of crack (p=0.167 and p=0.393, respectively). In both genders, we observed a faster progression among individuals exposed to these types of violence after the onset of crack use (HRs ranging between 1.45 and 2.38, p<0.01). Despite the early exposure to violence did not interfere in the time of progression to crack use, our findings highlight an increased vulnerability to which crack users are subjected once they are inserted in the context of drug use. These results encourage differentiated treatment, focused on gender and individual characteristics.en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectTranstornos relacionados ao uso de substânciaspt_BR
dc.subjectAddictionen
dc.subjectProgressão da doençapt_BR
dc.subjectCrack-cocaineen
dc.subjectGender differencesen
dc.subjectCocaína crackpt_BR
dc.subjectSexual violenceen
dc.subjectViolênciapt_BR
dc.subjectPhysical violenceen
dc.subjectFatores sexuaispt_BR
dc.subjectBiomarcadorespt_BR
dc.subjectPrognósticopt_BR
dc.titleGênero e exposição a violência : preditores de progressão rápida do uso de drogas em usuários de crackpt_BR
dc.typeDissertaçãopt_BR
dc.contributor.advisor-coSchuch, Jaqueline Bohrerpt_BR
dc.identifier.nrb001130409pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentFaculdade de Medicinapt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Psiquiatria e Ciências do Comportamentopt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2021pt_BR
dc.degree.levelmestradopt_BR


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