Construção curricular, interculturalidade e educação física : possíveis ressonâncias

Abstract

A presente pesquisa surge a partir de uma caminhada em pesquisa que vem investindo o olhar nos processos pedagógicos e na construção da Educação Física nos Anos Finais do Ensino Fundamental. Ao longo do estudo que compõe minha dissertação de mestrado, pude compreender que a construção curricular da Educação Física nos Anos Finais do Ensino Fundamental em uma escola estadual do Rio Grande do Sul se constituía por movimentos, por relações e por ressonâncias. Diante destes aprendizados e do meu ingresso como professora de Educação Física dos Anos Finais do Ensino Fundamental na Rede Municipal de Ensino de Viamão, originase o presente estudo de tese, que teve por objetivo “Compreender como uma construção curricular da Educação Física nos Anos Finais do Ensino Fundamental, de inspiração intercultural, em uma escola municipal de Viamão/RS ressoa nos estudantes e neste contexto”. Compreendendo que as ressonâncias podem ser implicações sutis, particulares e subjetivas, e sendo intuito deste estudo compreender como elas são significadas pelos sujeitos, optou-se pela pesquisa narrativa pelo entendimento de que esta seria uma metodologia coerente com o que o estudo se propõe. Assim sendo, considerei como fontes de narrativa os seguintes elementos: entrevistas coletivas com estudantes; materiais produzidos pelos estudantes nas aulas de Educação Física e minhas notas de campo. A pesquisa de campo teve duração entre agosto de 2019 e outubro de 2021. O estudo permitiu compreender a interculturalidade como uma possibilidade potente para uma construção curricular outra para a Educação Física, nos Anos Finais do Ensino Fundamental, que caminha em um sentido decolonial e convida os estudantes a explorarem e conhecerem diferentes formas de ser, estar e viver o mundo, diferentes formas de compreender e significar o corpo e as práticas corporais, assim como possibilita processos de aquilombamento, empoderamento e resistência frente a atitudes de desigualdade e preconceito. Este estudo convida a compreender que uma construção curricular para a Educação Física nos Anos Finais do Ensino Fundamental, inspirada na interculturalidade, não garante uma determinada formação e constituição de sujeitos, mas se apresenta como uma oferta de outros caminhos a serem percorridos e outras formas de perceber o mundo, as pessoas, as culturas, ao mesmo passo em que constrói percursos que podem desafiar, encorajar, empoderar e contribuir com uma formação menos injusta e mais plural e digna para os sujeitos que trilham por esta estrada. Por fim, apesar das pistas identificadas acerca destas ressonâncias produzidas por esta construção curricular, a pesquisa nos permite compreender o quão inacessíveis são em totalidade estas ressonâncias, nos possibilitando o entendimento de que a própria experiência da construção curricular, durante o percurso, durante o caminhar, possui sua importância, nos indicando a necessidade da oferta, do convite, do encontro, do diálogo, mas entendendo que os estudantes experienciam de distintas formas e atribuem diferentes significados ao que viveram nessa caminhada.

La presente investigación surge de un paseo en la investigación que ha ido invirtiendo la mirada en los procesos pedagógicos y en la construcción de la Educación Física en los Últimos Años de la Escuela Primaria. Durante el estudio que conforma mi tesis de maestría, pude entender que la construcción curricular de la Educación Física en los Últimos Años de la Escuela Primaria en una escuela pública de Rio Grande do Sul estaba constituida por movimientos, relaciones y resonancias. En vista de estos aprendizajes y de mi ingreso como docente de Educación Física en los Últimos Años de la Escuela Primaria en la Red de Educación Municipal de Viamão, se originó el presente estudio de tesis, que tuvo como objetivo “Comprender cómo una construcción curricular de Educación Física en la Años de Educación Primaria, de inspiración intercultural, en una escuela municipal en Viamão / RS resuena en los estudiantes y en este contexto ”. Entendiendo que las resonancias pueden tener implicaciones sutiles, privadas y subjetivas, y como el objetivo de este estudio de entender cómo son significadas por los sujetos, optamos por la investigación narrativa por entender que esta sería una metodología consistente con lo que propone el estudio. Por tanto, consideré como fuentes narrativas los siguientes elementos: ruedas de prensa con estudiantes; materiales producidos por los estudiantes en las clases de Educación Física y mis notas de campo. La investigación de campo duró entre agosto de 2019 y octubre de 2021. El estudio permitió entender la interculturalidad como una poderosa posibilidad de construcción curricular otra para la Educación Física, en los últimos años de la escuela primaria, que camina en un sentido decolonial e invita a los estudiantes a explorar y conocer diferentes formas de ser, vivir y vivir. el mundo, diferentes formas de entender y significar el cuerpo y las prácticas corporales, así como posibilitar procesos de lealtad, empoderamiento y resistencia frente a actitudes de desigualdad y prejuicio. Este estudio invita a comprender que una construcción curricular para la Educación Física en los últimos años de la escuela primaria, inspirada en la interculturalidad, no garantiza una determinada formación y constitución de asignaturas, sino que se presenta como una oferta de otros caminos a seguir y otros. formas de entender el mundo, las personas, las culturas, construyendo caminos que desafíen, incentiven, empoderen y contribuyan a una educación menos injusta, más plural y digna para los sujetos que transitan por este camino. Finalmente, a pesar de las pistas identificadas sobre estas resonancias producidas por esta construcción curricular, la investigación nos permite comprender cuán inaccesibles son estas resonancias en su totalidad, permitiéndonos comprender que la propia experiencia de la construcción curricular, durante el curso, durante la caminata, ha su importancia, indicando la necesidad del ofrecimiento, la invitación, el encuentro, el diálogo, pero entendiendo que los estudiantes experimentan de diferentes formas y atribuyen diferentes significados a lo vivido en este camino.