Pacientes com osteoporose têm maior prevalência de lesões periapicais? : revisão sistemática de estudos transversais de prevalência

Abstract

Objetivos: Essa revisão sistemática teve por objetivo avaliar evidências científicas disponíveis referentes à prevalência de lesões periapicais em dentes de pacientes com osteoporose. Metodologia: Pesquisas sistemáticas foram realizadas no PubMed, Cochrane Library, SCOPUS, Web of Science, EMBASE e Open Gray. Apenas foram incluídos estudos clínicos que tenham comparado a prevalência de lesões periapicais em pacientes com osteoporose com a prevalência de lesões em pacientes sem osteoporose. A qualidade dos estudos e a evidência geral foram avaliadas usando as ferramentas McGuinness e GRADE, respectivamente. Resultados: Dos 429 estudos potencialmente relevantes, apenas 2 foram finalmente incluídos, dos quais um foi classificado com risco de viés crítico e o outro moderado risco de viés. Ambos os estudos relataram maior prevalência de lesões periapicais em pacientes portadores de osteoporose do que em pacientes sem osteoporose (OR=3,36; p<0,0001) e (OR = 4,2; p= 0,061) nos estudos selecionados. A análise GRADE demonstrou qualidade de evidência baixa para os estudos incluídos, apesar de ainda haver forte associação de efeito sobre as evidências. Um dos estudos demonstrou que pacientes osteoporóticos medicados com bisfosfonatos apresentaram menor chance de desenvolver lesões periapicais, especialmente quando o risedronato foi utilizado (OR de 1,34; p<0,0001) e pacientes tratados com alendronatos tiveram OR de 1,6 para prevalência de lesão periapical (p<0,0001). Conclusões: É possível concluir que a existência de lesões periapicais em pacientes portadores de osteoporose foi maior do que em pacientes sem osteoporose. Entretanto, esta evidência foi baixa, sendo necessário um maior número de estudos bem delineados para que essa tendência seja confirmada, bem como cautela na interpretação dos resultados.

Objectives: This systematic review aimed to evaluate available scientific evidence regarding the prevalence of periapical lesions in teeth of patients with osteoporosis. Methodology: Systematic searches were performed on PubMed, Cochrane Library, SCOPUS, Web of Science, EMBASE and Open Gray. Only clinical studies that compared the prevalence of periapical lesions in patients with osteoporosis with the prevalence of lesions in patients without osteoporosis were included. The quality of the studies and the overall evidence were assessed using the McGuinness and GRADE tools respectively. Results: Of the 429 potentially relevant studies, only 2 were finally included, of which one was classified as having a critical risk of bias and the other a moderate risk of bias. Both studies reported a higher prevalence of periapical lesions in patients with osteoporosis than in patients without osteoporosis (OR=3.36; p<0.0001) and (OR=4.2; p=0.061) in selected studies. GRADE analysis demonstrated low quality of evidence for the included studies, although there was a strong association of effect on the evidence. In one of the studies, it was shown that osteoporotic patients treated with bisphosphonates had a lower chance of developing periapical lesions, specially when risedronate was used (OR 1.34; p<0.0001) and patients treated with alendronate had an OR of 1.6 for prevalence of periapical lesion (p<0.0001). Conclusions: It is possible to conclude that the existence of periapical lesions in patients with osteoporosis was higher than in patients without osteoporosis. However, this evidence was low, requiring a greater number of welldesigned studies for this trend to be strongly confirmed, as well as caution in interpreting the results.