Energia solar por assinatura : modelo de negócio e migração

Abstract

A conscientização e a necessidade de preservação dos biomas para evitar a recorrência de situações climáticas extremas, aliadas aos fatores econômicos, alavancam a necessidade de migração de sistemas tradicionais para energias limpas e renováveis. Considerando-se que a matriz energética brasileira é, em sua maioria, baseada em hidrelétricas e seja, por muitos, dita limpa, gera gases do efeito estufa, se avaliada toda amplitude para sua instalação e funcionamento. Assim, faz-se urgente alterar as fontes energéticas para modelos sustentáveis, envolvendo processos com baixa emissão de gases poluentes. Constitui o objetivo deste estudo investigar um modelo de migração para a utilização de energia solar fotovoltaica por assinatura, onde o usuário prescinde de instalação de placas, ressaltando seus entraves, limitações e vantagens. Classificada como uma pesquisa de abordagem qualitativa com um estudo de caso, utilizou visitas, observações, análise de documentos, além de entrevistas presenciais e virtuais com os responsáveis por instituições, na cidade de Porto Alegre: a Associação Cultural Vila Flores, o Coletivo Ksa Rosa e a Organização da Sociedade Civil Misturai. Todas elas negociaram com a empresa ÉOS Energia amparadas pela aproximação promovida pela Escola de Administração da UFRGS. O modelo de negócio da empresa foi mapeado e os resultados categorizados com auxílio de software, tomando por base a perspectiva Multinível de Transição para a Sustentabilidade. Dez categorias foram encontradas e, a partir das lacunas identificadas durante o processo, melhorias foram propostas. A maior fragilidade detectada diz respeito ao elo de comunicação entre as partes. As sugestões apontadas visaram auxiliar no estreitamento de laços, na clareza de informações, no incremento da carteira de assinantes, na ampliação da participação da energia solar fotovoltaica na matriz energética brasileira e na mitigação dos impactos ambientais.

The awareness and the preservation of biomes, to avoid the recurrence of extreme climatic situations, combined with economic factors, leverage the need to migrate from traditional systems to clean and renewable energies. Considering that the Brazilian energy matrix, mostly based on hydroelectric plants, is considered clean by many, it generates greenhouse gases if the entire scope for its installation and operation is evaluated. It is urgent to change energy sources to sustainable models involving processes with low emission of polluting gases. The objective of this study is to investigate a migration model for the use of photovoltaic solar energy by subscription, where the user dispenses the installation of solar cells, highlighting its obstacles, limitations and advantages. Classified as research with a qualitative approach with a case study, it used visits, observations, document analysis, in addition to face-to-face and virtual interviews with those responsible, in the city of Porto Alegre, for: Associação Cultural Vila Flores, Coletivo Ksa Rosa and the Civil Society Organization Misturaí. All of them negotiated with the company ÉOS Energia supported by the approximation promoted by the UFRGS School of Administration. The company's business model was mapped and the results categorized using software, based on the Multilevel Perspective for Transition to Sustainability. Ten categories were found and, based on the gaps identified during the process, improvements were proposed. The greatest fragility detected concerns the communication link between the parties. The suggestions made were aimed at helping to strengthen ties, clarify information, increase the subscriber portfolio, expand photovoltaic solar energy share in the Brazilian energy matrix and mitigate environmental impacts.