Se você não pode vencê-lo, junte-se a ele : um estudo sobre as alianças estratégicas entre bancos e fintechs no Brasil

Abstract

Este trabalho buscou analisar as alianças estratégicas entre bancos e fintechs, identificando as motivações e objetivos para sua formação e também a inovação resultante desta relação. Conforme a teoria, as alianças estratégicas são formas de cooperação para atingimento de objetivos em comum, podendo assumir diferentes estruturas de governança – desde relações informais até uma fusão ou aquisição. Para atingir os objetivos propostos, incialmente foi realizada uma pesquisa documental buscando caracterizar o setor financeiro brasileiro. Posteriormente, realizou-se um estudo de caso múltiplo envolvendo quatro alianças estratégicas entre bancos e fintechs no Brasil. A partir dos resultados, observou-se que as alianças dos casos estudados foram estabelecidas através de contratos comerciais com diferentes níveis de complexidade e autonomia entre as partes. Estas diferenças foram justificadas em razão das características do banco ou da fintech, questões legais ou em razão das características do produto ou serviço foco da aliança. Como motivações ao estabelecimento da aliança, os bancos, em sua maioria, apontaram o diferencial competitivo e a agilidade no desenvolvimento. Já as fintechs apontaram como principal motivação o fator clientes. E ainda, em todos os casos houve o desenvolvimento de inovações a partir da aliança. Estes resultados são suportados pela literatura, tanto em relação ao tipo de aliança estabelecida entre bancos e fintechs – através de contratos comerciais quanto à motivação das partes. Com base no exposto acima, este estudo contribui para estreitar as lacunas sobre a formação de alianças entre bancos e fintechs, considerando as motivações individuais de cada parte e também a relação destas alianças e o desenvolvimento de inovações. Da mesma forma, este estudo pode auxiliar empreendedores e gestores do setor financeiro sobre a decisão de formar alianças estratégicas.

This study seeks to analyze strategic bank-fintech alliances in Brazil, also identifying their motivations, objectives, and the innovation that results from such relations. It is based on the theoretical framework in which strategic alliances are forms of cooperation that aim to reach common objectives, which can assume different governance structures – from informal relations to fusion or acquisition. Therefore, this study initially carried out a documental and bibliographic research to outline the Brazilian financial sector and a further multiple case study with four strategic bank-fintech alliances in the country. The results show that these alliances were established through commercial contracts with different levels of complexity and autonomy between the parties, which vary due to the traits of each bank or fintech, legal matters or the type of product or service on which the alliance was focused. Most banks highlighted competitive advantage and development agility as their motivations to establish an alliance, while the clients were the main motivation factor pointed out by fintechs. In all cases, the alliance has led to innovation development. Therefore, these results are supported by literature, not only in relation to the type of bank-fintech alliances that were established through commercial contracts, but also to what motivated banks and fintechs. With that in mind, this study contributes to fill the research gap in the formation of bank-fintech alliances, as it considers each party’s individual motivations and the relation between their alliances and the development of innovations. The results here presented can also be of help to entrepreneurs and managers from the financial sector in their decision-making process when it comes to strategic alliance.