Influência do exercício físico sobre a memória : criação de um teste não-verbal para avaliação da memória recente
dc.contributor.advisor | Izquierdo, Ivan Antonio | pt_BR |
dc.contributor.author | Rosat, Renata Menezes | pt_BR |
dc.date.accessioned | 2024-12-13T06:56:15Z | pt_BR |
dc.date.issued | 1991 | pt_BR |
dc.identifier.uri | http://hdl.handle.net/10183/282371 | pt_BR |
dc.description.abstract | O sistema nervoso é capaz de alterar seu padrão de respostas diante da ocorrência de alterações do meio. A essa propriedade dá-se o nome de plasticidade. O aprendizado e a memória incluem-se entre os fenômenos de plasticidade. O aprendizado como sendo a aquisição de novos padrões funcionais e a memória, como o armazenamento e evocação desses padrões. A memória, especificamente, pode ser classificada pelo tempo transcorrido entre a sua aquisição e o momento da evocação, em memória imediata, memória recente e memória remota. Os mecanismos de formação e acesso a memória incluem três processos: a seleção de informações, a consolidação das mesmas após o processo inicial de aquisição e, por último, o processo que possibilita o acesso às informações armazenadas, chamado evocação. Foram denominados sistemas moduladores aqueles envolvidos nos fenômenos de facilitação ou prejuízo da memória, os quais são sensíveis a tratamentos comportamentais e/ou farmacológicos aplicados pós-treino e/ou pré-teste. A teoria da dependência de estado postula que uma informação adquirida em um determinado contexto neuro-humoral será melhor evocada se, no período da evocação, o contexto neuro-humoral for semelhante ao que existia no momento da aquisição da informação. Estímulos ambientais que provocam um desequilíbrio biológico são conhecidos como “estressores”, enquanto que a resposta do organismo a esses estressores foi definida como “estresse”. O estresse induz a alterações cardio-vasculares, metabólicas e imunológicas, além de modificações na atividade neuronal e comportamental. Na realidade, o organismo desenvolve reações de maneira a preservar o estado psicológico, e mecanismos de resistência, de resolução ou de impedimento do estímulo estressor são ativados. O exercício físico é uma forma peculiar de estresse, onde são necessários ajustes em praticamente todos os sistemas do organismo. Esses ajustes são regulados basicamente pelo sistema nervoso e endócrino, os quais recebem estímulos químicos, térmicos e mecânicos associados à atividade neuro-muscular. Por conseguinte, sistemas hormonais e neuro-humorais são alterados em decorrência do estresse do esforço muscular, tanto a nível periférico como a nível central. Coincidentemente, muitos desses sistemas constituem os sistemas moduladores da memória. Assim, o objetivo desse trabalho foi verificar se as alterações hormonais e neuro-humorais causadas pelo exercício físico eram capazes de influenciar a modulação da memória remota, recente e imediata. Foram utilizados dois protocolos de exercício prolongado (60 min.) e o segundo, um exercício intenso de curta duração (5 min.). O primeiro protocolo foi utilizado 10 min. antes dos testes de memória remota serem aplicados. No entanto, não foi observada qualquer diferença significativa no desempenho dos testes. O mesmo foi feito com o segundo protocolo. Também não se observou qualquer alteração nos resultados. Logo, sugere-se que as alterações hormonais/neuro-humorais causadas pelo exercício físico em cicloergômetro, seja ele submáximo prolongado ou intenso de curta duração, não são capazes de influenciar na evocação da memória. Verificou-se, a seguir, uma possível influência de um exercício físico intenso em cicloergômetro (segundo protocolo) sobre a memória recente. Com a utilização do exercício nos períodos pós-treino e pré-teste, criouse uma situação hormonal e neuro-humoral peculiar, pois provavelmente as substâncias liberadas pelo exercício físico se adicionaram àquelas liberadas pelos processos moduladores da memória no momento do armazenamento/consolidação (pós-treino) e da evocação (pré-teste), o que, por sua vez, deve ter levado a uma situação de dependência de estado. Ou seja, a liberação de substâncias inerente ao exercício físico no momento pré-teste tornou-se imprescindível para que houvesse uma boa evocação. Logo, sugere-se que a dependência de estado criada pelo exercício físico é semelhante àquela criada por tratamentos comportamentais e/ou farmacológicos estudada em animais de experimentação. O teste de memória recente referido acima foi criado para esse trabalho e consistia de figuras de silhuetas de torres e igrejas. Assim, foram realizados cinco experimentos, onde se constatou a reprodutibilidade do teste, em um período de 5 meses, além de sua sensibilidade a diferenças de faixa etária, nível de instrução e integridade de função da memória. Ao mesmo tempo, não houve diferença no desempenho com intervalos entre treino e teste de 24 h e de 48 h. Logo, o teste de memória recente desenvolvido nesse trabalho pode ser considerado útil para avaliar os efeitos de tratamentos comportamentais e/ou farmacológicos sobre a memória recente, desde que os grupos de indivíduos a serem testados sejam homogêneos em termos de faixa etária, nível de instrução e integridade de função da memória. Por último, verificou-se a influência de um exercício físico intenso de curta duração (segundo protocolo) sobre a memória imediata. O exercício era realizado imediatamente antes de serem aplicados três tipos de testes de memória imediata. Não foi observada qualquer alteração no desempenho desses testes. Esses resultados apontam para uma preponderância do contexto cognitivo no período imediatamente após a aquisição da informação, sobre uma possível alteração do contexto neuro-humoral e hormonal causada pela atividade física. | pt_BR |
dc.format.mimetype | application/pdf | pt_BR |
dc.language.iso | por | pt_BR |
dc.rights | Open Access | en |
dc.subject | Exercício físico | pt_BR |
dc.subject | Memória | pt_BR |
dc.subject | Neurofisiologia | pt_BR |
dc.subject | Estresse | pt_BR |
dc.subject | Aprendizado | pt_BR |
dc.title | Influência do exercício físico sobre a memória : criação de um teste não-verbal para avaliação da memória recente | pt_BR |
dc.type | Dissertação | pt_BR |
dc.contributor.advisor-co | Ribeiro, Jorge Pinto | pt_BR |
dc.identifier.nrb | 000003354 | pt_BR |
dc.degree.grantor | Universidade Federal do Rio Grande do Sul | pt_BR |
dc.degree.department | Instituto de Biociências | pt_BR |
dc.degree.program | Curso de Pós-Graduação em Fisiologia | pt_BR |
dc.degree.local | Porto Alegre, BR-RS | pt_BR |
dc.degree.date | 1991 | pt_BR |
dc.degree.level | mestrado | pt_BR |
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