Descobrindo os limites da minha formação por meio do ensino de química dentro de uma penitenciária feminina

Abstract

Este trabalho trata-se de uma pesquisa autobiográfica, onde relato minha vivência com Educação Prisional de Mulheres, através do Ensino de Química, participando como professora no Curso Profissionalizante em Maquiagem Artística e Estética oferecido às mulheres que cumpriam pena em regime fechado na Penitenciária Feminina Madre Pelletier, em Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul. Inspirada na perspectiva metodológica das Histórias de Vida, apresento uma narrativa reflexiva, analisando os aspectos relevantes desta vivência para a minha formação inicial e que suscitaram o interesse pelo aprofundamento na temática. Através do movimento entre o passado e o presente do processo reflexivo, analiso como desenvolvi um olhar mais sensível para a dimensão social da formação humana, o qual ampliou a visibilidade de alguns aspectos, cuja importância não me era perceptível com os referenciais teóricos orientadores da minha formação inicial. O estudo é tipicamente qualitativo e inspirado em uma abordagem feminista de pesquisa. Teve como objetivo apresentar reflexões que visaram contribuir com o debate sobre a importância de inserir, na formação de professores e professoras de Química, a sensibilização para a temática da Educação Prisional de Mulheres e para uma futura atuação comprometida com seus processos de ressocialização.