Salário e desempenho de esportistas profissionais : uma análise da NBA na temporada 2015-2016

Abstract

De acordo com o conceito de produtividade marginal, todos os fatores de produção são remunerados de acordo com sua contribuição marginal para o valor do produto. Isto significa que os trabalhadores de uma determinada firma devem receber salários que se igualem à receita do produto marginal (MRP – Marginal Revenue Product) de cada trabalhador. O objetivo principal deste trabalho é analisar como ocorre a determinação dos salários de atletas profissionais, utilizando como base o mercado de trabalho de jogadores da National Basketball Association (NBA). Apoiados, principalmente, na metodologia desenvolvida por Scully (1974), verificamos se o resultado do processo de barganha entre jogadores e times gera algum excedente que seja apropriado ou pelos atletas, ou pelos donos de clubes. Para possibilitar essa verificação, são feitos testes estatísticos numa base de dados compreendendo salários e características pessoais de jogadores e principais medidas de desempenho de jogadores e de times da NBA na temporada 2015-2016. Os resultados, considerando a média de todos os jogadores da liga, indicam exploração monopsonística com uma remuneração de apenas 30% de suas MRP brutas e 33% de suas MRP líquidas. Porém, os jogadores mais bem pagos conseguem, através do processo de barganha, auferir remunerações muito próximas ou até superiores a suas contribuições para a receita do time, o que indica que o poder de monopólio do talento destes jogadores é superior ao poder de monopsônio dos donos de times. O modelo de determinação salarial também nos permite afirmar que, para os dados da amostra da temporada 2015-2016, pivôs e alas-pivôs são os mais bem pagos que os armadores, alas-armadores e alas.

According to the concept of marginal productivity, all factors of production are remunerated according to their marginal contribution to the value of the product. This means that workers in a particular firm should receive wages that are equal to the marginal product revenue (MRP) of each worker. The main objective of this work is to analyze how a determination of the salaries of professional athletes can take place, based on the labor market of National Basketball Association (NBA) players. Based mainly on the methodology developed by Scully (1974), we verify if the result of the bargaining process between players and teams generates a surplus appropriated by the players or by owners of teams. To enable this selection, statistical tests are conducted on a database, comprising player’s wages and attributes and key performance measures of players and teams in NBA in the 2015-2016 season. The results, considering an average of all players in the league, indicate monopsonistic exploitation, because players are paid only 30% of their gross MRP and only 33% of their net MRP. Still, the best paid players in the league can earn salaries very close or even above their MRP through the bargaining process, which indicates that these players monopoly power of the talent are superior to the monopsony power of the owners of teams. The salary determination model also allows us to state that, for the sample data from the 2015-2016 season, centers and power forwards are better paid than point guards, shooting guards and small forwards.