A morte de Dickens, por Fildes, Buss e Barthes
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Data
2018Autor
Tipo
Assunto
Resumo
Quando o escritor inglês Charles Dickens morreu subitamente, em 1870, sua família convidou o ilustrador Samuel Fildes para visitá-los por alguns dias, a fim de resolverem o que fazer com as gravuras do romance deixado inacabado, O Mistério de Edwin Drood. Caminhando pela casa de Dickens e observando o gabinete do escritor, Fildes teve a ideia de pintar A Cadeira Vazia, um estudo realista que mostra a sala na penumbra, com forte iluminação incidindo sobre a cadeira onde não está sentado o autor. ...
Quando o escritor inglês Charles Dickens morreu subitamente, em 1870, sua família convidou o ilustrador Samuel Fildes para visitá-los por alguns dias, a fim de resolverem o que fazer com as gravuras do romance deixado inacabado, O Mistério de Edwin Drood. Caminhando pela casa de Dickens e observando o gabinete do escritor, Fildes teve a ideia de pintar A Cadeira Vazia, um estudo realista que mostra a sala na penumbra, com forte iluminação incidindo sobre a cadeira onde não está sentado o autor. Cinco anos depois, Robert W. Buss – que também fora ilustrador de Dickens – dá uma resposta ao vazio provocado pela morte do romancista, enfatizado por Fildes, ao criar a obra O Sonho de Dickens, na qual o gabinete original surge apenas como pano de fundo, delineado em traços leves. No primeiro plano, em tons fortes, temos a mesma cadeira – agora com Charles Dickens sentado nela, – como o elemento mais sólido e colorido do conjunto. Enquanto o autor cochila, personagens saem de sua mente, criam vida e tomam conta de todo o espaço da pintura. Após a apreciação dessas duas pinturas, o presente trabalho discute o que sejam a morte ou o nascimento de um autor. Como instrumental teórico, são utilizadas técnicas de observação de imagens apresentadas por Will Eisner (2005) e o ensaio “A Morte do Autor”, de Roland Barthes (1968). Ao final da argumentação, espera-se salientar lugar que Dickens ocupa nessa discussão de Barthes sobre o autor, o texto e o leitor. ...
Abstract
When the English author Charles Dickens died suddenly, in 1870, his family invited the illustrator Samuel Fildes to stay with them for some days, to settle the details of the engravings of the novel left unfinished, The Mystery of Edwin Drood. As Fildes walked through Dickens’ home, and entered the late author’s studio, he had the inspiration to paint The Empty Chair, a realistic piece that shows the dim room at dusk time, with the one focus of strong light falling on the novelist’s empty chair ...
When the English author Charles Dickens died suddenly, in 1870, his family invited the illustrator Samuel Fildes to stay with them for some days, to settle the details of the engravings of the novel left unfinished, The Mystery of Edwin Drood. As Fildes walked through Dickens’ home, and entered the late author’s studio, he had the inspiration to paint The Empty Chair, a realistic piece that shows the dim room at dusk time, with the one focus of strong light falling on the novelist’s empty chair. Five years later, Robert W. Buss – a former illustrator of Dickens’ works – paints Dickens’ Dream as a counterpoint to the void space emphasized in Fildes’ The Empty Chair. In Buss’ version, Dickens’ studio comes as a blurred background outlined in light strokes. In the foreground, in strong tones, we see the same chair – now with Charles Dickens sitting on it, as the more solid and colourful element in the set. While the author slumbers into sleep, characters from all the novels he has written drip out of his mind, come to life and take in all the space of the picture. The aim of the present research is to trigger a discussion about authorship. We start by assessing and analysing the two paintings, with the help of the techniques of observation proposed by Will Eisner (2005). After that, we consider the idea of the death of the person and the birth of the author, addressing Roland Barthes’ renowned essay “The Death of the Author” (1968). At the end of the work, we hope to establish a connexion between the assertions of Barthes and the place occupied by Dickens in this discussion involving the author, the text and the reader. ...
Contido em
III Jornada UFRGS de Estudos Literários : as letras formam a gente. Porto Alegre: UFRGS. Instituto de Letras, 2018. [26 p.]
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