Variáveis nutricionais pré -transplante pulmonar associadas com o desfecho no pós operatório
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Data
2013Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Objetivo: Analisar associações de variáveis nutricionais pré-transplante pulmonar com a sobrevida no pós-transplante. Método: Trata-se de um estudo de coorte histórica, no período de 2000 a 2011, realizado na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Foram incluídos no estudo pacientes transplantados pulmonares que tinham, como patologia de base, fibrose pulmonar ou enfisema pulmonar. Foram excluídos crianças, adolescentes e pacientes que foram a óbito em até 30 dias após a realização do tran ...
Objetivo: Analisar associações de variáveis nutricionais pré-transplante pulmonar com a sobrevida no pós-transplante. Método: Trata-se de um estudo de coorte histórica, no período de 2000 a 2011, realizado na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Foram incluídos no estudo pacientes transplantados pulmonares que tinham, como patologia de base, fibrose pulmonar ou enfisema pulmonar. Foram excluídos crianças, adolescentes e pacientes que foram a óbito em até 30 dias após a realização do transplante, por ser considerado morte cirúrgica. O procedimento de coleta de dados foi realizado através do prontuário do paciente. Os principais dados que foram analisados no estudo incluem peso, altura, índice de massa corporal (IMC) e albumina. Utilizou-se o IMC e a albumina mais próximo do transplante, avaliados pelo nutricionista. Como parâmetros de albumina, o valor de referência utilizado foi de 3,5-5,0 g/dl. Para avaliação do estado nutricional através do cálculo do IMC, foi utilizada a classificação da Organização Mundial da Saúde 1997 (OMS) para pacientes adultos e a classificação da Organização Pan-americana da Saúde 2002-2003 (OPAS) para pacientes com idade ≥ a 60 anos. Para fins de comparação entre adultos e idosos, os pacientes foram agrupados em quatro classificações de IMC: Desnutridos, Eutróficos, Sobrepeso e Obesidade. No entanto, devido à baixa prevalência de obesidade na amostra (n=3; 2,4%), optou-se por agrupar os pacientes com sobrepeso e obesidade (grupo com excesso de peso) para fins de comparação com a sobrevida. Resultados: Foram revisados 254 pacientes, desses, 43,7% foram excluídos por não terem o diagnóstico de Enfisema Pulmonar ou Fibrose Pulmonar. Do restante (n=143), foram excluídos 20 por mortalidade cirúrgica (14%). Participaram do estudo 123 pacientes. A média de idade foi de 57 anos (± 9,5). Do total amostrado, 44,7% eram idosos. A predominância foi do sexo masculino (61,8%) e transplante unilateral (94,3%). O IMC médio foi de 24,2 (± 3,6), a classificação mais prevalente foi a de eutrofia n=61 (49,6%), seguida do sobrepeso n=34 (27,6%), após desnutrição n= 25 (20,3%) e apenas 3 (2,4%) obesos. A albumina média foi de 4,0 g/dL (± 0,4), sendo que apenas 10 (8,3%) apresentavam níveis abaixo do recomendado. A mediana de sobrevida global foi de 4,5 anos (IC 95%: 3,69 – 5,29). A probabilidade de sobrevida em 3 meses, 1 ano, 3 anos e 5 anos foram de 95,9%, 81,9%, 59,5% e 44,1%, respectivamente. A mediana de sobrevida dos eutróficos foi de 8 anos (IC 95%: 5,00 - 11,0). No entanto, a mediana de sobrevida dos desnutridos foi de 1,66 anos (IC 95%: 1,55 – 2,70), e dos com excesso de peso foi de 2,13 anos (IC 95%: 1,55 – 2,70), demonstrando que os eutróficos têm maior probabilidade de sobrevida do que os demais grupos (p<0,001). Não houve diferença significativa na curva de sobrevida dos desnutridos e com excesso de peso (p=0,365). A probabilidade de sobrevida em 5 anos dos eutróficos é de 68,6%, dos desnutridos é de 9,3% e dos com excesso de peso é de 25,3%. Dos 61 pacientes eutróficos, 16 (26,2%) foram a óbito durante o seguimento. Em relação aos desnutridos e os com excesso de peso, as proporções de óbito foram de, respectivamente, 72% e 54,1%. A mediana de sobrevida dos pacientes com albumina abaixo de 3,5 g/dL foi de 1,1 anos (IC 95%: 0,00 – 3,60) e mediana de sobrevida dos pacientes com albumina de no mínimo 3,5 g/ dL foi de 4,61 anos (IC 95%: 3,45 – 5,77), com diferença significativa entre os XII grupos (p=0,014). A probabilidade de sobrevida em 5 anos nos pacientes com albumina abaixo de 3,5 g/dL foi de 0% e nos com albumina de no mínimo 3,5 g/dl foi de 46,6%. Dos pacientes com níveis de albumina abaixo de 3,5 g/dL, 70% morreram durante o seguimento e dos pacientes com níveis adequados de albumina, 41,8% foram a óbito no período de acompanhamento. Quando controlados os fatores confundidores, a única variável que permanece associada, independentemente com o óbito, foi o estado nutricional avaliado pelo IMC (p<0,001). Pacientes desnutridos têm um risco 5,53 vezes maior de óbito quando comparados com pacientes eutróficos (HR=5,53; IC 95%: 2,41 – 12,7). E ainda, pacientes com excesso de peso têm 4,21 vezes maior de risco de óbito do que os eutróficos (HR=4,21; IC95%: 1,98 – 8,98), mesmo quando ajustado para idade, albumina. Conclusão: Pacientes eutróficos apresentaram maior sobrevida que os demais grupos, sendo o IMC preditor independente de sobrevida. ...
Abstract
Objective: To analyze associations of nutritional variables before lung transplantation with survival time after transplantation. Method: This was a historical cohort study, in the period from 2000 to 2011, held at the Santa Casa Hospital in Porto Alegre, Brazil. The study included patients who had lung transplant due to pulmonary fibrosis or emphysema. It was excluded children, adolescents and patients who died within 30 days after the transplant; those were considered as death due to surgery. ...
Objective: To analyze associations of nutritional variables before lung transplantation with survival time after transplantation. Method: This was a historical cohort study, in the period from 2000 to 2011, held at the Santa Casa Hospital in Porto Alegre, Brazil. The study included patients who had lung transplant due to pulmonary fibrosis or emphysema. It was excluded children, adolescents and patients who died within 30 days after the transplant; those were considered as death due to surgery. Data collection procedure was performed through patient's medical record. The main data that were analyzed in the study include weight, height, body mass index (BMI) and albumin. BMI and albumin used were data collected the closest to transplant date, measured by a nutritionist. Reference value for Albumin was set to 3.5-5.0 g/dl. To assess the BMI nutritional status, it was used the classification of the World Health Organization in 1997 (WHO) for adult patients and the classification of the Pan American Health Organization from 2002 to 2003 (PAHO) for patients aged ≥ 60 years. For comparison between adults and elderly patients, they were grouped into four classifications of BMI: Malnourished, Eutrophic, Overweight and Obesity. However, due to the low prevalence of obesity in the sample (n = 3, 2.4%), it was decided to group the patients with overweight and obesity (weight excess group) for survival time comparison. Resullts: We reviewed 254 patients, 43.7% of these were excluded of the study because they were not diagnosed with Pulmonary Emphysema nor Pulmonary Fibrosis. From the remainder (n = 143), 20 were excluded due to surgical mortality (14%). The study included 123 patients. The average age was 57 years (± 9.5). From the total sample, 44.7% were elderly, 61.8% were male patients and 94.3% had unilateral transplantation. The average BMI was 24.2 (± 3.6), the most prevalent classification was eutrophic n = 61 (49.6%), followed by overweight n = 34 (27.6%), malnutrition n = 25 (20.3%) and only 3 (2.4%) obese. The average albumin was 4.0 g / dL (± 0.4), and only 10 (8.3%) had levels below recommended. The median overall survival time was 4.5 years (95% CI: 3.69 to 5.29). The probability of survival after 3 months, 1 year, 3 years and 5 years were 95.9%, 81.9%, 59.5% and 44.1%, respectively. The median survival time of the eutrophic was of 8 years (95% CI: 5.00 to 11.0). However, the median survival time of the malnourished was 1.66 years (95% CI: 1.55 to 2.70) and of the weight excess was 2.13 years (95% CI: 1.55 to 2,70), demonstrating that the eutrophic have higher chances of survival than the other groups (p<0.001). There was no significant difference in the survival curve of the malnourished and the weight excess (p = 0.365). The probability of survival in 5 years of eutrophics is of 68.6%, of malnourished is 9.3% and weight excess is 25.3%. Of 61 eutrophic patients, 16 (26.2%) died during the study period. The proportion of death of the malnourished and weight excess were respectively of 72% and 54.1%. The median survival time of patients with albumin below 3.5 g / dL was 1.1 years (95% CI: 0.00 to 3.60) but for patients with albumin of at least 3.5 g / dL, the median survival time was of 4.61 years (95% CI: 3.45 to 5.77) with a significant difference between groups (p = 0.014). The probability of survival in 5 years on patients with albumin below 3.5 g / dL was 0% and for patients with albumin of at least 3.5 g / dl was of 46.6%. During XIV the study period, 70% of the patients with albumin levels below 3.5 g/dL died and from the patients with adequate levels of albumin, 41.8% died. When controlling confounders, the only variable that remained independently associated with death was the nutritional state assessed by BMI (p <0.001). Malnourished patients have 5.53 times greater risk of death compared to eutrophic patients (HR = 5.53; CI 95%; 2.41 to 12.7). And patients who are weight excess have 4.21 times greater risk of death than eutrophics (HR = 4.21, 95% CI 1.98 to 8.98), even when adjusted for age and albumin. Conclusion: Eutrophic Patients had higher survival time than the other groups, being the BMI an independent predictor of survival time. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Pneumológicas.
Coleções
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