Estudos ontogenéticos e histoquímicos de frutos em espécies de Bromeliaceae Juss.
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Data
2011Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Bromeliaceae atualmente conta com 58 gêneros e cerca de 3100 espécies de distribuição essencialmente neotropical, sendo um dos elementos mais marcantes nas florestas tropicais americanas. Recentemente a sistemática da família reconheceu oito subfamílias. Entretanto, persistem os problemas de circunscrição em nível genérico. Assim, é evidente a necessidade de continuar os trabalhos filogenéticos e investir na busca por novas abordagens, como trabalhos em anatomia comparada, para estabelecer gêne ...
Bromeliaceae atualmente conta com 58 gêneros e cerca de 3100 espécies de distribuição essencialmente neotropical, sendo um dos elementos mais marcantes nas florestas tropicais americanas. Recentemente a sistemática da família reconheceu oito subfamílias. Entretanto, persistem os problemas de circunscrição em nível genérico. Assim, é evidente a necessidade de continuar os trabalhos filogenéticos e investir na busca por novas abordagens, como trabalhos em anatomia comparada, para estabelecer gêneros monofiléticos e para melhorar a a distinção entre as espécies. Nesse sentido, estudos estruturais de fruto contribuem com dados relevantes para a sistemática das angiospermas, além de possibilitar a compreensão da ontogênese desse órgão. Para a família Bromeliaceae, até o momento foram registrados apenas três trabalhos com frutos e somente um deles realizou inferências taxonômicas.O presente estudo estudo tem por objetivos descrever a anatomia e a ontogenia de frutos representantes das três subfamílias de Bromeliaceae ocorrentes no Brasil, analisar através da histoquímica a estrutura das cápsulas de espécies das Pitcairnioideae (Dyckia remotiflora Otto & Diet., D. reitzii L.B.Sm., D. distachya Hass) e Tillandsioideae (Tillandsia geminiflora Brong.) além de estudar a vascularização floral em Bromelia antiacantha Bert. (Bromelioideae) para a delimitação ontogenética da participação carpelar e do hipanto na formação da parede do fruto bacáceo. Para o estudo anatômico procederam-se as rotinas de processamento de material para a confecção de lâminas histológicas e para a histoquímica O material resultante foi submetido à análise sob microscopia óptica. As cápsulas biscidas das de Dyckia Schult. f. apresentam uma estrutura anatômica geral do pericarpo homogênea em relação à presença de tecidos mecânicos. Apresentam exocarpo composto por macroesclereídes, hipoderme esclerenquimática, calota de esclereídes sobre a nervura dorsal, fibras adjacentes às suturas ventrais e endocarpo esclerenquimático. Essa composição histológica está intimamente relacionada ao processo de deiscência. Entre as espécies existem diferenças em relação ao número de camadas componentes do mesocarpo, a presença de pluriestratificações na hipoderme e a presença de estruturas secretoras. A cápsula septicida de T. geminiflora também apresenta uma estruturação dos tecidos mecânicos marcante e aparentemente homogênea para a subfamília Tillandsioideae (conforme avaliada em trabalhos anteriores), com a presença de esclereídes no exo e endocarpo, que apresentam o espessamento secundário de parede em formato de “U” em seção transversal, bainha esclerenquimática em torno da nervura dorsal, presença de camadas comprimidas na porção mediana do mesocarpo e presença de fibras na região ventral. Além disso, células secretoras de mucilagem foram observadas no mesocarpo dessa espécie A composição química das paredes secundárias das cápsulas das espécies de Pitcairnioideae e Tillandsioideae foi de difícil caracterização através dos testes histoquímicos empregados. Embora a natureza fenólica dessas paredes tenha sido claramente demonstrada, não foi possível delimitar especificamente a classe dos compostos que impregnam as paredes dessas células esclerenquimáticas. Demonstrando a necessidade de outras técnicas que permitam o isolamento e a caracterização desses compostos suas implicações nas propriedades fisiológicas das cápsulas. Com relação ao estudo de vascularização floral e de ontogênese do pericarpo carnoso de B. antiacantha fica evidente que a porção extra-carpelar (hipanto) componente do ovário e do fruto é de origem apendicular, condição mais comum encontrada entre as angiospermas. No contexto de Bromeliaceae, os hipantos de origem apendicular e de origem receptacular já foram descritos na literatura. Dessa forma, existindo variação em relação à origem dos tecidos extra-carpelares na subfamília Bromelioideae, seria prematura a designação de um termo que caracterize esse fruto carnoso, sendo sugerido a manutenção do termo baga para tal, visto que é um termo que em sua gênese não distingue entre frutos provenientes de ovário súpero e ínfero. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Biociências. Programa de Pós-Graduação em Botânica.
Coleções
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Ciências Biológicas (4092)Botânica (308)
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