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dc.contributor.advisorSilva, Sergio Baptista dapt_BR
dc.contributor.authorAquino, Alexandre Magno dept_BR
dc.date.accessioned2019-07-18T02:41:27Zpt_BR
dc.date.issued2018pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10183/197089pt_BR
dc.description.abstractEste estudo relaciona organização social, política, parentesco e xamanismo entre os Kaingang, com o intuito de retomar uma discussão importante no ambiente etnográfico Jê, qual seja: a inscrição espacial dos valores simbólicos e cosmológicos dessas sociedades, ampliando-o, com uma perspectiva histórica, e não apenas estrutural, para compreender os efeitos das transformações da paisagem e da configuração do território. Especialmente, no que se refere a terra, verifica-se a importância que ela adquire como parte da consciência cultural dessa sociedade no contexto das relações inter-étnicas com a sociedade brasileira. Nos últimos dois séculos, quando avança o processo colonizatório, surgem diversas controvérsias, que possuem ressonância com estas transformações, traduzindo uma série de eventos históricos (expedições militares e científicas, missões e, depois, a criação de Terras Indígenas) em termos de argumentos e práticas que foram sustentados pelo Grande Divisor (Latour, 2000): ao postularem o simples abandono do território pelos índios, corroborando a visão colonialista da ausência de cultura e/ou vazio demográfico, as políticas fundiárias foram formuladas como uma "caixa preta", inventando um determinismo técnico, paralelo ao determinismo científico, que caracteriza nossa sociedade como "racional" e resultando na acusação de que todos os outros são "ilógicos". Há, entretanto, como argumenta Ingold (2015), uma diferença entre “mapping” e “map maker” que tem consequências sociopolíticas, de tal modo que se o “mapeamento” traça uma rede de ir e vir, o mapa topográfico moderno não cresce ou se desenvolve, está feito, consignando as narrativas de movimento e de viagens para os reinos da fábula, fantasia e alucinação Em oposição a este modelo, a noção de "translação" proposta por Latour (2000) e a perspectiva de “(temporalidade da) paisagem” formulada por Ingold (2015) permitem apreender as transformações socioespaciais kaingang a partir de uma rede de caminhos, acampamentos e assentamentos ancestrais e atuais, configurando um território circular. De um lado, as transformações revelam que tal paisagem redimensiona a própria noção de Terra Indígena em sua relação com o território ancestral, contrastando o espaço segmentado ao “lugar”, apreendido como movimento de humanos e não humanos; de outro, conectam a dimensão sociocosmológica do território e a territorialidade, isto é, as relações intra e interaldeias, observadas na casa, no grupo local e nos aglomerados políticos-ceriomoniais, remetem-nos para análises etnológicas que permitem realizar comparações entre o povo Kaingang, em suas diversas realidades históricas e etnográficas, e outros povos indígenas do continente, considerando os processos de abertura ao outro, enquanto uma característica dessas ontologias. Portanto, em contraposição a totalidade do social, argumenta-se que os processos históricos que configuraram o território e a territorialidade situam-se a partir dos dualismos diametral e concêntrico, expressos nas metades exogâmicas e no triadismo socioespacial in (casa) - prur (espaço limpo) – nén (floresta).pt_BR
dc.description.abstractThis study relates social organization, politics, kinship and shamanism among the Kaingang, with the aim of retaking an important discussion in the field's ethnographic Jê, namely: the spatial inscription of the symbolic and cosmological values of these societies, expanding it with a historical perspective, and not just structural, to understand the effects of the landscape transformations and and territory configuration. Especially, as far as land is concerned, the importance it acquires as part of the cultural awareness of this society in the context of inter-ethnic relations with Brazilian society is verified. In the last two century, when the colonization process progresses, there are several controversies, which have resonance with these transformations, translating a series of historical events (military and scientific expeditions, missions, and later the creation of Indigenous Lands) in terms of arguments and practices that were supported by the Great Divider (Latour, 2000): by postulating the simple abandonment of the territory by the Indians, corroborating the colonial view of the absence of culture and/or demographic emptiness, the Land policies were formulated as a "black box", inventing a technical determinism, parallel to scientific determinism, which characterizes our society as "rational" and resulting in the accusation that all others are "illogical". There is, however, as Ingold argues (2015), a difference between "mapping" and "map maker" which has socio-political consequences so that if "mapping" traces a network to come and go, the modern topographic map does not grow or develops, is done, consigning the narratives of movement and travel to the realms of fable, fantasy and hallucination. As opposed to this model, the notion of "translation" proposed by Latour (2000) and the perspective of the “(temporality of the) landscape” formulated by Ingold (2015) allow to apprehend the kaingang social-spatial transformations from a network of ancestral and current paths, settlements and settlements, forming a circular territory. On the one hand, the transformations reveal that such a landscape reshapes the very notion of Indigenous Land in its relation with the ancestral territory, contrasting the space segmented to the "place", apprehended as human and nonhuman movement; On the other hand, they connect the socio-cosmological dimension of the territory and territoriality, that is, in the intra and inter-village relations observed in the house, in the local group and in the inter-village political-ceremonial agglomerations, comparisons between the Kaingang people, in their various historical and ethnographic realities, and other indigenous peoples of the continent, considering the processes of openness to the other, as a characteristic of these ontologies. Therefore, in contrast to the totality of the social, it is argued that the historical processes that shaped the territory and the territoriality are based on the diametrical and concentric dualisms, expressed in the exogamous halves and the socio-spatial triadism in (house) - prür (clean space) - nén (forest).en
dc.format.mimetypeapplication/pdfpt_BR
dc.language.isoporpt_BR
dc.rightsOpen Accessen
dc.subjectÍndios kaingangpt_BR
dc.subjectKaingangen
dc.subjectCosmologia indígenapt_BR
dc.subjectLandscapeen
dc.subjectCosmologyen
dc.subjectPaisagempt_BR
dc.subjectEtnohistóriapt_BR
dc.subjectEthnohistoryen
dc.subjectsocio-spatial configurationen
dc.subjectEstudo etnográficopt_BR
dc.subjectAntropologiapt_BR
dc.titleMovimentos kaingang na paisagem : transformações e alteridades nas configurações históricas do território e territorialidade no sul do Brasilpt_BR
dc.typeTesept_BR
dc.identifier.nrb001095991pt_BR
dc.degree.grantorUniversidade Federal do Rio Grande do Sulpt_BR
dc.degree.departmentInstituto de Filosofia e Ciências Humanaspt_BR
dc.degree.programPrograma de Pós-Graduação em Antropologia Socialpt_BR
dc.degree.localPorto Alegre, BR-RSpt_BR
dc.degree.date2018pt_BR
dc.degree.leveldoutoradopt_BR


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