Avaliação da efetividade do seguimento farmacoterapêutico associado ao atendimento médico usual de pacientes hipertensos
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Data
2010Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Resumo
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a principal responsável por causar eventos cardiovasculares na população. A baixa adesão ao tratamento medicamentoso e, consequentemente, o baixo índice de controle da pressão arterial (PA) a tornam um dos alvos da Atenção Farmacêutica. Prática profissional recente, a Atenção Farmacêutica visa melhorar não só a adesão à terapia medicamentosa, mas também aumentar a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, a limitação metodológica de estudo ...
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é a principal responsável por causar eventos cardiovasculares na população. A baixa adesão ao tratamento medicamentoso e, consequentemente, o baixo índice de controle da pressão arterial (PA) a tornam um dos alvos da Atenção Farmacêutica. Prática profissional recente, a Atenção Farmacêutica visa melhorar não só a adesão à terapia medicamentosa, mas também aumentar a qualidade de vida dos pacientes. No entanto, a limitação metodológica de estudos que avaliam a Atenção Farmacêutica na HAS deixa dúvidas quanto a sua efetividade real. Objetivo: Avaliar a efetividade do Seguimento Farmacoterapêutico, nos pacientes hipertensos que receberam atendimento farmacêutico por, pelo menos, doze meses, desde a implantação do Ambulatório de Atenção Farmacêutica. Métodos: Consiste em uma coorte histórica com população aberta ou dinâmica dos pacientes referenciados ao Ambulatório de Hipertensão do Serviço de Cardiologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Os expostos eram pacientes com HAS referenciados pela equipe médica para Seguimento Farmacoterapêutico, a partir de 1º junho de 2005 até 31 de dezembro de 2008, tendo como tempo de Seguimento Farmacoterapêutico 12 meses. Os não expostos foram acompanhados no mesmo período, e receberam apenas tratamento convencional (consultas médicas e de outros profissionais, exceto o farmacêutico). Os desfechos analisados foram delta de PA sistólica e diastólica, taxa de controle de PA (< 140/90mmHg) após 12 meses, taxa de controle na última consulta registrada no ambulatório e a redução de pelo menos 20mmHg de PAS e/ou 10mmHg de PAD. O delta de pressão foi calculado pela diferença da PA aos 12 meses menos PA índice. Para PA índice, tomaram-se os valores da consulta de encaminhamento ao seguimento farmacoterapêutico para o grupo exposto, ou da primeira consulta no período de inclusão para os não expostos. Resultados: Fizeram parte da análise, 993 pacientes, com consultas no período do estudo. Destes, 150 pacientes foram referenciados ao Seguimento Farmacoterapêutico. Os pacientes do Seguimento Farmacoterapêutico tinham mais idade,apesar de não ser estatisticamente significativo , predominando mulheres, com baixo nível de escolaridade, com diagnóstico de HAS há mais tempo. Observou-se diferença estatisticamente significativa nos deltas de PA sistólica e diastólica, maiores no grupo de pacientes que recebeu Seguimento Farmacoterapêutico. Ajustando-se para pressão índice, as diferenças diminuíram perdendo a significância estatística. A proporção de pacientes que obteve redução de pelo menos 20 mmHg de PAS e/ou 10 mmHg PAD foi maior no grupo exposto ao SF (56,1% versus 40%; p<0,001) diferença essa que desapareceu com o ajuste para os potenciais fatores de confusão. Na análise de séries temporais houve redução de 6,9mmHg na PA sistólica (p<0,001) e de 2,2mmHg na PA diastólica atribuíveis ao Seguimento Farmacoterapêutico. Conclusão: O seguimento farmacoterapêutico mostrou-se efetivo no manejo de pacientes hipertensos de difícil controle, que alcançaram redução de pressão arterial semelhante aos pacientes em tratamento convencional e redução significativa em relação aos níveis basais. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Cardiologia e Ciências Cardiovasculares.
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Ciências da Saúde (9148)
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