Planejamento pedagógico na educação infantil: trajetórias docentes e reflexões no contexto municipal portoalegrense

Abstract

Para descobrir os efeitos do tempo de prática docente na relação que as professoras de Educação Infantil (EI) da Rede Municipal de Porto Alegre/RS estabelecem com o planejamento, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com seis professoras atuantes, de seis diferentes escolas, que têm dez ou mais anos de carreira docente. As questões da entrevista investigam o processo de elaboração dos planejamentos; a organização, o tempo, o espaço e as ferramentas utilizadas para essa elaboração; a relação entre os documentos orientadores da educação nacional e o planejamento; a relação entre o planejamento e a coordenação pedagógica das escolas; as inspirações teórico-práticas que nutrem esses planejamentos; as inserções da literatura infantil no planejamento; os imprevistos que impactam o planejamento e as maneiras de lidar com eles; e as maneiras de planejar ao longo da trajetória docente de cada professora. Bondía (2002) e Augusto (2015) ajudam a entender e a explicar o conceito de experiência aqui utilizado; recorreu-se a Barbosa e Horn (2008), Ostetto (2012), Bassedas, Huguet e Solé (1999) e Junqueira Filho (2005) para tratar de questões que envolvem o planejamento pedagógico e o papel do(a) professor(a) na Educação Infantil. Os dados produzidos pelas entrevistas foram organizados e analisados em quatro principais categorias que elucidam os efeitos da experiência docente na relação com o planejamento – o que foi levado, o que foi trazido, o que mudou ou se transformou e o que permanece. Dentre os achados e reflexões da pesquisa, destacam-se: a importância do olhar e da escuta atentos às crianças, a necessidade de flexibilizar-se e de descentrar do adulto a relação educativa; a busca constante por aprimoramento; e a não-desvinculação entre teoria e prática em Educação Infantil.