Punção de veia axilar guiada por ultrassonografia versus dissecção de veia cefálica para implante de eletrodos de marcapasso e cardiodesfibrilador : um ensaio clínico randomizado

Abstract

A punção venosa axilar guiada por ultrassonografia surgiu como uma alternativa válida para implante de eletrodos de marcapasso e cardiodesfibrilador. Objetivo: Comparar a punção axilar guiada por ultrassonografia com a dissecção de veia cefálica para implante de eletrodos de marcapasso e cardiodesfibrilador. Métodos: Ensaio clínico randomizado com arrolamento de 88 participantes adultos, na razão de 1:1. O desfecho primário foi a taxa de sucesso na obtenção do acesso venoso. Os desfechos secundários foram a necessidade de mudança do sítio de acesso venoso, o tempo para obtenção do acesso, o tempo total de procedimento e a taxa de complicação precoce. Os desfechos foram analisados por intenção de tratar. Os procedimentos foram realizados por operadores sem experiência prévia com o acesso axilar. Resultados: A taxa de sucesso (97,7% vs. 54,5%; p=0,001), a necessidade de mudança do sítio venoso (2,3% vs. 40,9%; p=0,001), o tempo para obtenção do acesso (5 vs. 15 minutos; p=0,001) e o tempo total de procedimento (40 vs. 51 minutos; p=0,010) foram significativamente melhores no grupo axilar, sem diferença significativa na taxa de complicação precoce (2,3% vs. 11,4%; p=0,20). Conclusão: Este é o primeiro estudo randomizado comparando a punção axilar guiada por ultrassonografia com a dissecção de veia cefálica no implante de eletrodos de marcapasso e cardiodesfibrilador. Os resultados demonstraram superioridade da estratégia de punção axilar guiada por ultrassonografia.

Axillary vein puncture guided by ultrasound has emerged as a valid alternative access route to pacemaker and defibrillator lead insertion. Objective: To evaluate whether axillary vein puncture guided by ultrasound compared to cephalic vein dissection improves success and early complications in pacemaker or defibrillator implant. Methods: Randomized clinical trial enrolling 88 adult patients, randomized 1:1 to axillary puncture guided by ultrasound (n=44) or cephalic vein dissection (n=44). The procedures were performed by operators with no previous experience in axillary approach. Primary endpoint was success rate. Secondary endpoints were venous access site change, time to obtain venous access, total procedural time, and early complication rate. Analyses were performed using the intention-to-treat principle. Results: Success rate (97.7% vs. 54.5%; p=0.001), venous access site change (2.3% vs. 40.9%; p=0.001), time to obtain venous access (5 vs. 15 minutes; p=0.001) and total procedural time (40 vs. 51 minutes; p=0.010) were improved in axillary group, with no difference in early complication rate (2.3% vs. 11.4%; p=0.20). Conclusion: This is the first randomized trial comparing self-learned ultrasound-guided axillar vein 9 puncture to cephalic vein dissection in cardiac lead implantation. The results indicate that the axillary approach was superior in terms of success rate, time to obtain venous access and procedural time, with similar complication rate.