Descrição
Os trabalhos invisibilizados na economia e negligenciados pela sociedade, os chamados trabalhos reprodutivos, incluem serviços domésticos e de cuidados de crianças, idosos e pessoas enfermas. Apesar de fundamentais, não são pagos ou são mal remunerados, além de não fazerem parte dos indicadores econômicos oficiais. O programa entrevista Cristina Vieceli, autora do estudo 'Economia feminista e trabalhos reprodutivos não remunerados: conceito, análise e mensuração'. A tese foi defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Economia da UFRGS. Cristina destaca que, no mundo, os trabalhos reprodutivos representariam de 30% a 45% do Produto Interno Bruto (PIB), em média. As mulheres assumem a maior carga desse trabalho: gastam diariamente cerca de 3,5 horas a mais que os homens. A pesquisadora também mensurou a proporção no Brasil, utilizando os dados do módulo 'Outras formas de trabalho' da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD-C) para o ano de 2017. Em termos de razão sobre o PIB de 2017, os trabalhos reprodutivos representariam 15,4%. O número menor em relação à média mundial é explicado, segundo Vieceli, pelo fato de que, aqui, as estatísticas de uso do tempo relativas aos trabalhos reprodutivos estão menos desenvolvidas.
