Influência do estilo parental das mães na aceitação de diferentes técnicas de manejo do comportamento infantil

Abstract

O objetivo deste estudo transversal foi investigar a associação entre o estilo parental das mães com o nível de aceitação de diferentes técnicas de manejo do comportamento infantil durante o atendimento odontológico. Um folder autoexplicativo foi desenvolvido para apresentar as diferentes técnicas para as participantes do estudo. A amostra de conveniência foi composta por mães de crianças de 5 a 10 anos atendidas na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O estilo parental foi determinado através da versão brasileira do Questionário de Dimensões e Estilos Parentais e a ansiedade odontológica materna foi avaliada através da Escala de Ansiedade Dental de Corah. A percepção das mães sobre o comportamento dos filhos durante o atendimento odontológico e a experiência odontológica também foram coletados. As preferências das diferentes técnicas de manejo do comportamento infantil foram avaliadas por meio de uma escala Likert. Teste de qui-quadrado e razões de verossemelhança foram usados para análise estatística com um nível de significância de 5%. Um total de 46 crianças (média de idade: 7,2 ± 1,8 anos) e suas mães (média de idade (34,1 ± 7,3 anos) participaram do estudo. A maioria das mães (89,1%) apresentou estilo parental autoritativo e baixo nível de ansiedade odontológica (69,6%). De acordo com a percepção das mães, a maioria das crianças tinha comportamento positivo durante o tratamento odontológico e não apresentou relato de dor de origem dentária. Todas as mães aceitaram o uso das técnicas modelagem, distração e falar-mostrar-fazer para manejo do comportamento infantil. Uso de pré-medicação (4,3%), sedação com óxido nitroso (6,5%) e anestesia geral foram considerados não aceitáveis com maior frequência por algumas mães. O estilo parental das mães não foi associado com as preferências das técnicas de manejo do comportamento infantil (p<0,05). Em conclusão, o estilo parental das mães não está associado com as preferências das diferentes técnicas de manejo do comportamento infantil. As mães aceitam melhor o uso de técnicas básicas ao invés de farmacológicas. Estudos futuros com uma amostra maior são necessários para elucidar a relação entre estilo parental e preferências das técnicas de manejo do comportamento infantil.

The aim of this cross-sectional study was to investigate the association between the mothers' parenting style with the level of acceptance of different techniques for managing child behavior during dental care. A self-explanatory folder was developed to present the different techniques to the study participants. The convenience sample consisted of mothers of children aged 5 to 10 years old attended at the Faculty of Dentistry of the Federal University of Rio Grande do Sul. The parenting style was determined through the Brazilian version of the Parental Dimensions and Styles Questionnaire and maternal dental anxiety was assessed using Corah's Dental Anxiety Scale. Mothers' perceptions of their children's behavior during dental treatment and dental experience were also collected. The preferences of the different child behavior management techniques were assessed using a Likert scale. Chi-square test and likelihood ratios were used for statistical analysis with a significance level of 5%. A total of 46 children (mean age: 7.2 ± 1.8 years old) and their mothers (mean age (34.1 ± 7.3 years old) participated in the study. Most mothers had an authoritative parenting style (89.1%) and low dental anxiety level (69.2%). According to the mothers' perception, most children had positive behavior during dental treatment and did not present any report of dental pain. All mothers accepted the use of modeling, distraction and tell-show-do for managing children behavior. Oral premedication (4.3%), sedation with nitrous oxide (6.5%), and general anesthesia (19.6%) were classified as unacceptable behavior management techniques with higher frequency by some mothers. Mothers’ parenting style was not significantly associated with preferences for behavior management techniques (p>0.05). In conclusion, mothers’ parenting style is not associated with preferences for behavior management techniques. Mothers accept better the use of basic behavior management techniques instead of pharmacological ones. Further studies with a larger sample are needed to elucidate the relationship between parenting style and preferences for child behavior management techniques.