O impacto dos modelos de teletrabalho home office e híbrido na satisfação de trabalhadores em empresa agrícola de Porto Alegre

Abstract

O teletrabalho pode ser conceituado como trabalho desenvolvido total ou parcialmente à distância, em lugar distinto da sede da empresa, com utilização prevalente das tecnologias de informática e telecomunicações. Em vez do trabalhador se deslocar até a empresa para realização do trabalho, é o trabalho quem se desloca até o trabalhador, onde quer que ele esteja. Esta moderna forma de trabalho, com o desenvolvimento das atividades à distância, fora da sede da empresa, acabou ganhando um número elevado de adeptos com a chegada do COVID-19, que obrigou as pessoas a ficarem em casa como forma de medida de segurança. Diante desta nova realidade, o presente estudo buscou analisar os principais fatores tidos como determinantes na satisfação dos colaboradores, dentro dos modelos remoto e híbrido em uma empresa agrícola de Porto Alegre. Para fins da presente pesquisa, foram realizadas entrevistas com os funcionários da corporação em duas etapas: qualitativa e quantitativa; para a primeira, realizaram-se dez entrevistas em profundidade e um grupo focal com sete participantes. Na segunda parte, conduziu-se uma pesquisa tipo survey, com a aplicação de um questionário com os aspectos descobertos na etapa qualitativa. A partir dos resultados, foi possível perceber assuntos comuns entre os entrevistados que serviram como tema importante para se refletir sobre os determinantes de satisfação dos funcionários, atreladas ao seu ingresso nos modelos de teletrabalho remoto e híbrido, e após isso, analisou-se como as modalidades em estudo impactavam nesses fatores, após foram feitas comparações de medianas. Os resultados encontrados demonstraram que o trabalho em casa, seja no modelo remoto, ou híbrido, teve uma predileção dos colaboradores em quase todos os fatores analisados. A média do trabalho 100 % em casa foi mais alta do que a do modelo híbrido nos fatores como: deslocamento, produtividade e flexibilização de horários, mostrando que os funcionários sentiam se mais produtivos em casa, valorizavam não ter de se deslocar, e também terem horários mais flexíveis para resolver assuntos pessoais. Já no caso do modelo híbrido, houve somente dois fatores com relevâncias superiores ao home office, sendo eles as distrações, os colaboradores afirmaram distrair-se mais no escritório do que em casa, e a questão da convivência com os colegas, os trabalhadores no modelo híbrido disseram sentir mais falta dos colegas do os empregados em regime remoto. Aspectos como alimentação e apoio e resolução de dúvidas não tiveram diferenças significativas com o modelo presencial, demonstrando não serem fatores tão relevantes na satisfação dos colaboradores dentro dos modelos remotos.

Telework can be conceptualized as work developed entirely or partially at a distance, in a place other than the company's site, with the prevalent use of information technology and telecommunications. Instead of the worker traveling to the company to carry out the work, it is the work that travels to the worker, wherever he may be. This modern way of working, with the development of activities at a distance, outside the company's headquarters, ended up gaining a large number of followers with the arrival of COVID-19, which forced people to stay at home as a form of security measure. Given this new reality, this study sought to analyze the main factors considered to be determinants of employee satisfaction, within the remote and hybrid models in an agricultural company in Porto Alegre. For the purposes of this research, interviews were conducted with employees of the corporation in two stages: qualitative and quantitative; for the first, an in-depth interview with 10 participants and a focus group with 7 were carried out. In the second part, a survey type research was conducted, with the application of a questionnaire with the aspects discovered in the qualitative stage. The results found showed that working at home, whether in the remote or hybrid model, had a predilection among employees in almost all factors analyzed. In average, workers 100% in home office had a higher median rank in factors such as commuting, productivity and flexibility in comparison with hybrid model workers, showing that employees felt more productive at home, valued not having to commute and also having more flexible hours to resolve personal matters. In the case of the hybrid model, there were only two factors that showed greater relevance than the home office system, them being distractions - employees said they were more distracted at the office than at home - and the issue of living with colleagues, workers in the hybrid model said they missed their colleagues more than their remote employees. Aspects such as food and support in solving doubts did not differ significantly from the face-to-face model, demonstrating that they are not that relevant in employee satisfaction within the remote models.