Little women becoming writers: female künstlerroman in Alcott’s little women and Ferrante’s neapolitan series

Abstract

O presente trabalho traz uma análise das obras Mulherzinhas (1868), de Louisa May Alcott e A Amiga Genial (2015) e História do Novo Sobrenome (2016) – os romances iniciais da Série Napolitana de Elena Ferrante – enquanto Künstlerromane, ou seja, romances de artista. Para tanto, serão comparadas as trajetórias das personagens femininas Jo, em Mulherzinhas, e Lila e Lenù, nos dois primeiros livros da série, a partir de conceitualizações apresentadas por Lago (2017) – mais especificamente com respeito ao Künstlerroman Feminino – acrescidas de contribuições de Langston (2004), Muiño (2017) e Baerdemaeker (2011). O ponto de encontro entre as obras é o fato de as protagonistas da Série Napolitana, de Ferrante, se encantarem com o mundo das letras após a leitura de Mulherzinhas, de Alcott, quando passam a sonhar com o dia em que se tornarão escritoras. Explorando os caminhos de autodescoberta que as três personagens perpassam, na posição de jovens/meninas que desejam se tornar escritoras, examinaremos também questões referentes à escrita e autoria feminina. O objetivo da pesquisa é investigar a construção das obras escolhidas enquanto romances de artista femininos, atentando para os contextos históricos conflituosos nos quais se desenrolam as histórias: em Mulherzinhas, a Guerra Civil Americana; e nos livros de Ferrante, a Itália do Pós-guerra, nas décadas de 50 e 60. Enfim, este trabalho se destina a investigar a representação da mulher artista na literatura de Alcott e Ferrante, visando contribuir para os estudos do gênero Künstlerroman.

The present work purposes an analysis of Louisa May Alcott’s Little Women (1868) and My Brilliant Friend (2012) and The Story of a New Name (2013) – the first and second novels of the Neapolitan Series, by Elena Ferrante – as Künstlerromane, in other words, artist novels. In order to do so, the trajectories of the female characters will be contrasted (Jo, in Little Women, and Lila and Lenù, in the two first volumes of Neapolitan series) with the contributions of Lago (2019), concerning the concept of Künstlerroman, Muiño (2017) and Baerdemaeker’s (2011) regarding the Female Künstlerroman. There is an interesting link between the works: the protagonists of Ferrante’s Neapolitan series feel amused with the world of writing after they read Little Women, from then on they dream of the day they will become writers. Through exploring the characters’ path of self-discovery, as young girls who pursue the goal of becoming writers, questions related to writing and female authorship are also taken into account. This research aims to investigate the constitution of the chosen works, as novels which portray the women artists, also observing details such as the conflictual historical context, in which the stories occur: American Civil War in Little Women and Post-War Italy in Ferrante’s books (especially the 50’s and 60’s). Finally, this work targets at discussing the representation of the woman artist in the literature made by Alcott and Ferrante, aiming at contributing for studies of Künstlerroman as a genre.