A resistência da educação de jovens e adultos e a construção da comunidade moral escolar: um estudo exploratório

Abstract

Propomos tomar a escola como instituição que pode produzir efervescências, fundando uma sacralidade específica, enraizada nas condições de realização do trabalho escolar, onde ocorrem momentos sistemáticos e intensos de aproximação dos corpos e consciências (efervescência), para observar as representações coletivas e os rituais estabelecidos no cotidiano da Educação de Jovens e Adultos (EJA) de duas escolas estaduais de Porto Alegre/RS, que possuem uma trajetória bem sucedida de manutenção dessa modalidade. Utilizamos a tradição durkheimiana como formulação teórica para estabelecer as definições de efervescência, rituais, representações coletivas, sagrado e moral, mais especificamente o próprio Émile Durkheim, Raquel Weiss e Erving Goffman. Para manter em linha a metodologia aplicada, as observações dos rituais foram desenvolvidas como observações participantes orientadas pela metodologia proposta por Goffman, enfatizando o ritual de formatura em seus aspectos de efervescência e mencionando as entrevistas realizadas com os professores das escolas através de sintagmas (trechos lógicos) para articular representações coletivas que fornecem um quadro de uma moralidade específica da EJA, moralidade essa que pode ser mais orientada às condições de autonomia moral do que outras modalidades de ensino presentes na escola.

We propose to take the school as an institution that can produce effervescence, founding a specific sacredness, rooted in the conditions of school work, where systematic and intense moments of approximation of bodies and consciences (effervescence) occur, to observe the collective representations and established rituals. in the daily life of Youth and Adult Education (EJA) in two public schools in Porto Alegre/RS, which have a successful history of maintaining this modality. I use the Durkheimian tradition as a theoretical formulation to establish the definitions of effervescence, rituals, collective representations, sacred and moral, more specifically Émile Durkheim, Raquel Weiss and Erving Goffman. To keep the methodology applied in line, the observations of the rituals were developed as participant observations guided by the methodology proposed by Goffman, emphasizing the graduation ritual in its aspects of effervescence and mentioning the interviews carried out with the teachers of the schools through phrases (logical excerpts ) to articulate collective representations that provide a framework of a specific morality of EJA, a morality that can be more oriented to the conditions of moral autonomy than other teaching modalities present in the school.