Fatores influenciando a aderência à terapia endócrina adjuvante no primeiro e no quinto ano de tratamento entre pacientes com câncer de mama em país em desenvolvimento
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Data
2023Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: o câncer de mama é a principal causa de morte oncológica no Brasil e em muitos países ao redor do mundo. Ao longo das últimas décadas, novas medicações foram incorporadas à prática clínica, transformando o tratamento da doença. A fim de minimizar o risco de recorrência e de morte, a terapia endócrina adjuvante (TEA), por meio do uso de tamoxifeno ou de inibidores da aromatase principalmente, é usada em mulheres cujos tumores expressem receptores hormonais. O sucesso da terapia, entr ...
Introdução: o câncer de mama é a principal causa de morte oncológica no Brasil e em muitos países ao redor do mundo. Ao longo das últimas décadas, novas medicações foram incorporadas à prática clínica, transformando o tratamento da doença. A fim de minimizar o risco de recorrência e de morte, a terapia endócrina adjuvante (TEA), por meio do uso de tamoxifeno ou de inibidores da aromatase principalmente, é usada em mulheres cujos tumores expressem receptores hormonais. O sucesso da terapia, entretanto, está associado à aderência da paciente à medicação, que atinge taxas aquém das expectativas ao longo dos 5 anos habituais de tratamento adjuvante. Objetivo: avaliar a proporção de pacientes que é aderente/não-aderente à terapia endócrina adjuvante divididas em 2 diferentes coortes em momentos distintos do tratamento: no início da terapia (1º ano) e no seu fim (5º ano). Método: estudo transversal avaliando aderência à TEA por meio do Brief Medication Questionnaire e a qualidade de vida com o auxílio de um questionário validado da EORTC (EORTC QLQ - BR23), além disto, foi avaliada a associação entre a falha ao uso da TEA com características clínicas e sociodemográficas. Resultados: foi observada falha de aderência de 23% no primeiro ano e de 35% no quinto ano (p=0,035). Nos dois grupos de pacientes, a exposição à quimioterapia, a polifarmácia e o diagnóstico prévio de DM ou HAS contribuíram para que as pacientes apresentassem menor aderência ao tratamento; além disso, no subgrupo de pacientes no quinto ano de tratamento, IMC mais alto, idade ≥50 anos e menopausa ao diagnóstico também contribuíram para menor aderência ao tratamento. A única variável identificada como fator de proteção para maior aderência ao tratamento foi o tempo de escolaridade maior que 9 anos. Variações em escores de qualidade de vida, apesar de nossa expectativa inicial, não contribuíram para o aumento da proporção de pacientes má aderentes à TEA. Conclusão: a proporção de pacientes que não é aderente à TEA é alta em ambas as coortes, e a taxa de pacientes não aderentes aumenta com o tempo, estando relacionada, sobretudo, à polifarmácia, à exposição à quimioterapia e ao diagnóstico prévio de DM/HAS. É essencial incorporar na prática clínica métodos de rastreamento que avaliem a falha de aderência à TEA, assim como incorporar medidas que busquem reduzir a baixa aderência ao tratamento, como educar as pacientes sobre os benefícios da terapia, manejar comorbidades por meio de mudanças no estilo de vida e, dessa forma, reduzir polifarmácia. Detectar e tratar precocemente os eventos adversos da Te também podem reduzir a não aderência. ...
Abstract
Background: breast cancer is the leading cause of cancer death in Brazil and in many countries around the world. Over the past decades, new medications have been incorporated into clinical practice, transforming the treatment of the disease. In order to minimize the risk of recurrence and death, adjuvant endocrine therapy, through tamoxifen or aromatase inhibitors, mainly, is used in women whose tumors express hormone receptors. The success of the therapy, however, is associated with the patien ...
Background: breast cancer is the leading cause of cancer death in Brazil and in many countries around the world. Over the past decades, new medications have been incorporated into clinical practice, transforming the treatment of the disease. In order to minimize the risk of recurrence and death, adjuvant endocrine therapy, through tamoxifen or aromatase inhibitors, mainly, is used in women whose tumors express hormone receptors. The success of the therapy, however, is associated with the patients' adherence to medications, which reaches rates below expectations over the usual 5 years of the adjuvant treatment. Aim: to evaluate the proportion of patients who are adherent/non-adherent to adjuvant endocrine therapy divided in 2 different cohorts at two different moments of the treatment: at the beginning of the therapy (1st year) and at its end (5th year). Methods: cross-sectional study assessing adherence through the Brief Medication Questionnaire and quality of life through a EORTC validated questionnaire (EORTC QLQ - BR23), in addition to associating the correct use of adjuvant endocrine therapy with clinical and sociodemographic characteristics. Results: it was identified that eventual failures in maintaining the correct adherence to the treatment have risen from 23% of patients in the 1st year of treatment to 35% of patients in the 5th year; the increase in the proportion of patients who do not use the medication correctly is due to issues of medication regimen, belief in the treatment and the remembrance to use the intervention. In both groups, use of chemotherapy, polypharmacy and the previous diagnosis of DM or SAH have contributed to low adherence among patients. Variation in quality of life scores, despite our initial beliefs, did not contribute to the increase in the proportion of patients lacking compliance to AET. Conclusion: the proportion of patients who are not adherent to AET was high in both cohorts, and the rate of non-adherent patients rises over time. It is essential to incorporate in clinical practice screening methods for lack of compliance to AET as well as measures to try to reduce non-persistence to the treatment, such as educating the patients on the benefits of the treatment, managing comorbidities through lifestyle changes and, therefore, reducing polypharmacy and, above all, detecting and treating very early the adverse effects of AET that might interfere with its correct use. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde: Ginecologia e Obstetrícia.
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Ciências da Saúde (9084)
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