Fatores associados ao uso profissional de mídias sociais por fonoaudiólogos que atuam no Brasil : inquérito populacional

Abstract

Objetivo: Verificar os fatores individuais, laborais e contextuais dos fonoaudiólogos atuantes no Brasil que utilizam mídias sociais profissionalmente. Métodos: Estudo transversal do tipo inquérito de base populacional, realizado com fonoaudiólogos atuantes no Brasil no ano de 2020. Os dados foram obtidos a partir de um questionário online. O desfecho considerado para este estudo “Como você descreveria seu uso das mídias sociais?” foi recategorizado em “uso pessoal” e “uso profissional”. Foram realizadas análises de frequências absolutas e relativas. Razões de prevalência multivariáveis foram estimadas em análise ajustada pela Regressão de Poisson com variância robusta e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Resultados: Dos 532 respondentes, 442 (83,0%) compuseram a amostra deste estudo, em sua maioria do sexo feminino (93,7%), com idade média de 38,0 (DP ± 11,1) anos. O desfecho usar mídias sociais profissionalmente foi encontrado em 64,7% dos entrevistados. Os fonoaudiólogos que apresentaram maior prevalência deste uso foram os com idade de 31 a 50 anos (48,4%), pós-graduação lato sensu (51,2%), tempo de formatura entre 0 e 10 anos (42,0%), relação de trabalho privada (62,6%), que realizam atendimentos ambulatoriais (83,3%) e atuam em motricidade orofacial (56,1%). Na análise multivariável, fonoaudiólogos com relação de trabalho privada, idade de 31 a 45 anos e mais de 20 anos de formatura da graduação tiverem associação estatisticamente significativa com o uso profissional das mídias sociais. Conclusão: Neste estudo os fatores associados estatisticamente significativos com o uso profissional das mídias sociais por fonoaudiólogos foram possuir relação de trabalho privada, estar na faixa etária entre 31 e 45 anos e ter mais de 26 anos de formatura. Além disso, a alta prevalência do uso das mídias sociais por fonoaudiólogos atuantes no Brasil sugere a necessidade de mais estudos sobre o tema, bem como a de reflexão e discussão entre os pares sobre os caminhos desejáveis e aceitos em relação a adequada utilização destes meios de comunicação para fins de trabalho, como já ocorre com outras profissões do setor saúde.

Objective: To verify the individual, work and contextual factors of speech therapists working in Brazil who use social media professionally. Methods: Cross-sectional study of the population-based survey type, realized with active speech therapists in Brazil in the year 2020. Data were obtained through an online questionnaire. The outcome considered for this study "How would you describe your use of social media?" was recategorized into "personal use" and "professional use". Absolute and relative frequency analyses were performed. Multivariable prevalence ratios were estimated in adjusted analysis by Poisson Regression with robust variance and their respective 95% confidence intervals. Results: Of the 532 respondents, 442 (83.0%) comprised the sample of this study, mostly female (93.7%), with a average age of 38.0 (SD ± 11.1) years.The result is that using social media professionally was found in 64.7% of the individuals interviewed. The speech therapists who showed the highest prevalence of this use were those aged 31 to 50 years (48.4%), with lato sensu post-graduation (51.2%), graduation time between 0 and 10 years (42.0%), private work relationship (62.6%), who perform outpatient care (83.3%) and work in orofacial therapy (56.1%). In the multivariable analysis, speech therapists with private work relationship, age 31 to 45 years and more than 20 years of graduation had statistically significant association with the professional use of social media. Conclusion: In this study, the statistically significant factors associated with the professional use of social media by speech therapists were having a private employment relationship, being in the age group between 31 and 45 years old and having more than 26 years of graduation. Moreover, the high prevalence of the use of social media by speech therapists working in Brazil suggests the need for further studies on the topic, as well as for reflection and discussion among peers on the desirable and accepted paths in relation to the appropriate use of these media for work purposes, as already happens with other professions in the health sector.