Saúde sexual de mulheres vivendo com HIV/AIDS no município de Porto Alegre – RS
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Data
2017Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: A epidemia da Aids é um fenômeno complexo e que consiste num desafio cotidiano aos serviços de saúde. A feminização da epidemia, que se caracteriza pela redução da razão homem/mulher infectado pelo vírus, está associada a diversos fatores, dentre os quais, o contexto de vulnerabilidade individual, social e programática que se torna determinante neste processo para as mulheres. Atualmente estima-se que as mulheres representam 51% do total de infectados e a infecção pode interferir na ...
Introdução: A epidemia da Aids é um fenômeno complexo e que consiste num desafio cotidiano aos serviços de saúde. A feminização da epidemia, que se caracteriza pela redução da razão homem/mulher infectado pelo vírus, está associada a diversos fatores, dentre os quais, o contexto de vulnerabilidade individual, social e programática que se torna determinante neste processo para as mulheres. Atualmente estima-se que as mulheres representam 51% do total de infectados e a infecção pode interferir na saúde sexual dessas mulheres. O objetivo deste estudo é analisar especificidades da saúde sexual de mulheres heterossexuais vivendo com HIV/Aids na cidade de Porto Alegre – RS, comparando-as com mulheres sem este diagnóstico. Método: Trata-se de um estudo com delineamento transversal, com mulheres de 18 a 49 anos, com dois grupos comparativos: mulheres vivendo com HIV/Aids (MVCHA) recrutadas em serviços especializados, e mulheres sem HIV/Aids (MVSHA) oriundas de serviços da atenção básica. Comparações estatísticas foram conduzidas através do teste de homogeneidade de proporções, baseado na estatística de qui-quadrado de Pearson ou Fisher ou teste T Student. Estas análises foram realizadas no programa SPSS. Posteriormente, utilizou-se o programa STATA para a análise ponderada, considerando o desenho amostral complexo. Considerou-se o nível de significância de 5% em todas as análises. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa das instituições envolvidas. Resultados: Foram incluídas 1.326 mulheres no estudo, 686 no grupo MVCHA e 640 no grupo MVSHA. Diferenças foram observadas entre os grupos quanto à faixa etária (p<0,001), mulheres de 18 a 24 anos eram 8,6% do grupo MVCHA e 31,1% do grupo MVSHA, enquanto que com 40 ou mais anos havia 34,1% e 20,9% respectivamente. Quanto à escolaridade, 54,7% das MVCHA e 44,8% das MVSHA possuía até 8 anos de escolaridade (p=0,009). Houve diferença estatística quanto à renda familiar (p<0,001), no grupo MVCHA mais de 50% possuía renda de até um salário mínimo e no grupo MVSHA 56,4% possuía renda familiar superior a 2 salários mínimos. Quanto ao uso de preservativo, 63,7% das MVCHA não utilizaram preservativo na primeira relação sexual enquanto que no outro grupo 36,3% (p<0,001). Mais da metade das MVCHA tiveram até cinco parceiros sexuais na vida e 71% das MVSHA tiveram um parceiro sexual na vida (p<0,001). A prática de sexo em troca de dinheiro foi de 11,2% e 3,9% nos grupos com e sem HIV/Aids (p<0,001). Ocorrência de IST durante a vida foi verificada em 7,5% das MVCHA e 4,4% das MVCHA (p=0,018). Considerações finais: Este estudo evidencia diferenças quanto ao perfil sócio demográfico e de saúde sexual de mulheres com e sem HIV, especificamente quanto à renda, o não uso do preservativo na primeira relação sexual, o número de parceiros sexuais na vida, a realização de sexo em troca de dinheiro e a ocorrência de IST. A saúde sexual das MVCHA é um fenômeno complexo e as variáveis estudadas evidenciam um contexto de vulnerabilidade, especialmente no que concerne ao comportamento sexual. O conhecimento de características específicas da saúde sexual oportuniza a atuação dos serviços de saúde e fornece evidências para ações de políticas públicas para o enfrentamento do HIV/Aids, especialmente no que tange às características apresentadas neste estudo. ...
Abstract
Introduction: The Aids epidemic is a complex end is a daily challenge to health services. The epidemic’s feminization, which is characterized by the reduction of the man/women HIV infection ratio is associated with diverse factors as individual, social and programmatic vulnerability that becomes determinant in this process. Currently, it is estimated that women represent 51% of all infected people in the world and this infection may interfere in their sexual health. The objective of this study ...
Introduction: The Aids epidemic is a complex end is a daily challenge to health services. The epidemic’s feminization, which is characterized by the reduction of the man/women HIV infection ratio is associated with diverse factors as individual, social and programmatic vulnerability that becomes determinant in this process. Currently, it is estimated that women represent 51% of all infected people in the world and this infection may interfere in their sexual health. The objective of this study is to analyse specific characteristics of sexual health of heterosexual women living with HIV infection in Porto Alegre city – RS, comparing them with women without this diagnosis, in order to meet predictive factors associated with HIV infection. Method: This is a study with cross-sectional delineation with women from ages 18 to 49 years, with two comparative groups: women living with HIV/Aids (MVCHA), recruited in specialized services and women living without HIV/Aids (MVSHA) in the basic attention services. Statistical comparisons were conducted through the homogeneity test of proportions, based on statistics of Pearson Chi-square or Fisher. These analyzes were performed in the SPSS program. Subsequently, the STATA program was used for the weighted analysis, considering the complex sample design. The level of significance of 5% was considered in all the analyzes.. The project was approved by research ethics committees of the institutions involved, and the execution was funded by the CNPq. Results: 1,326 were included in the study, women in the Group MVCHA 686 and 640 in the MVSHA group. Differences were observed between the groups as the age group (p < 0.001), 18 to 24-year-old women were 8.6% 31.1% MVCHA group and MVSHA group, while with 40 or more years there were 34.1% and 20.9% respectively. As for education 54.7% and 44.8% of the MVCHA and MVSHA had up to 8 years of education (p = 0.009). There was statistical difference concerning the family income (p < 0.001), within the Group MVCHA more than 50% owned income up a minimum wage and the Group MVSHA 56 .4% of women had family income exceeding 2 minimum wages. As for condom use, 63% of the MVCHA did not use a condom at first intercourse while in another group this value was 36.3% (p<0,001). More than half of the MVCHA had up to five sexual partners in life and 71% of MVSHA had a sexual partner in life (p < 0.001). The practice of sex in Exchange for money was of 11.2% and 3.9% in groups with and without HIV/Aids (p < 0.001). Occurrence of STIS during life was verified in 7.5% of the 4.4% MVCHA and another group (p = 0.018). Final considerations: This study highlights differences in the socio demographic profile and the sexual health of women with and without HIV, considering how much the rent, no use of condom at first sex, the number of sexual partners in life, the exchange of sex for money and the occurrence of IST. Therefore, the sexual health of MVCHA is a complex phenomenon with variables that show a context of vulnerability facing the sexual behavior of these women. The knowledge of specific characteristics of sexual health favors/benefits the performance of health services to women and provides evidence for public policies aimed at fighting HIV in Porto Alegre, especially regarding the features presented in this study. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Enfermagem. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.
Coleções
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Ciências da Saúde (9127)Saúde Coletiva (203)
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