A saúde de quem? Uma etnografia crítica sobre a saúde na Educação Física do ensino médio de uma escola da rede estadual pública de Uruguaiana-RS

Abstract

Compreender os significados de saúde permite acessarmos conhecimentos que demarcam não apenas a compreensão do fenômeno, mas as tomadas de decisões frente a esse entendimento. O desafio para refletir sobre este tema localiza-se também na importância simbólica que a saúde assume nas sociedades capitalistas, que a reconhecem como algo fácil de ser obtido com disciplina e esforço individual. Os efeitos dessa “regulação” condicionam as práticas educativas da EF escolar, estruturando entendimentos sobre o corpo e a saúde no contexto escolar,importantes de serem problematizados. Investigamoscomo o tema saúde é significado na cultura compartilhada por professores de Educação Física (EF) e estudantes do Ensino Médio de uma escola daRede Estadual de Educação em Uruguaiana/RS.Para o trato teórico-metodológico utilizamos as lentes daetnografia crítica para compreender a realidadeparticulardo contexto cultural da EFescolar a partir das relações didático-metodológicas entre estudantes e professores, adotandocuidados éticos. Otrabalho de campo envolveu a observação, registrosno diário de campo, entrevistas semiestruturadas, diálogos e análise documental, tendo a duração de 15 meses. A análise foi desenvolvidaao longo da pesquisa, respeitando a triangulação das informações epreservando os pressupostos de validez interpretativa. Ossignificados de saúde compartilhados na cultura deEFda escola Rio Uruguai estão ancorados num modelo biomédico de saúde,alinhados a uma lógica individualizante que não dialoga com a formação de uma juventude crítica.

Understanding the meanings of health allows us to access knowledge that demarcates not only the understanding of the phenomenon, but also decision-making in the face of this understanding. The challenge to reflect on this theme is also located in the symbolic importance that health assumes in capitalist societies, which recognize it as something easy to obtain with discipline and individual effort. The effects of this "regulation" condition the educational practices of school PE, structuring understandings about the body and health in the school context, which are important to be problematized. We investigate how the health theme is meaning in the culture shared by Physical Education (PE) teachers and high school students from a State Education Network school in Uruguaiana/RS. For the theoretical-methodological approach, we use the lenses of critical ethnography to understand the particular reality of the cultural context of school PE from the didactic-methodological relations between students and teachers, adopting ethical care. The field work involved observation, records in the field diary, semi-structured interviews, dialogues and document analysis, lasting 15 months. The analysis was developed throughout the research, respecting the triangulation of information and preserving the assumptions of interpretive validity. The meanings of health shared in PE culture at the Rio Uruguaischool are anchored in a biomedical model of health, aligned with an individualizing logicthat does not dialogue with the formation of critical youth.

Comprender los significados de la salud nos permite acceder a conocimientos que demarcan no solo la comprensión del fenómeno, sino también la toma de decisiones frente a esa comprensión. El desafío para reflexionar sobre este tema también se ubica en la importancia simbólica que asume la salud en las sociedades capitalistas, que la reconocen como algo fácil de obtener con disciplina y esfuerzo individual. Los efectos de esta "regulación" condicionan las prácticas educativas de la EF escolar, estructurando comprensiones sobre el cuerpo y la salud en el contexto escolar, que es importante ser problematizadas. Investigamos elsignificado del tema salud en la cultura compartida por profesores de Educación Física (EF) y estudiantes de secundaria de un colegio de la Red Educativa del Estado en Uruguaiana/RS. Para el abordaje teórico-metodológico, utilizamos las lentes de la etnografía crítica para comprender la realidad particular del contexto cultural de la EF escolar a partir de las relaciones didáctico-metodológicas entre alumnos y docentes, adoptando un cuidado ético. El trabajo de campo involucró observación, registros en el diario de campo, entrevistas semiestructuradas, diálogos y análisis de documentos, con una duración de 15 meses. El análisis se desarrollóa lo largo de la investigación, respetando la triangulación de la información y preservando los supuestos de validez interpretativa. Los significados de salud compartidos en la cultura de la EF en la escuela Río Uruguaiestán anclados en un modelo biomédico de salud, alineado con una lógica individualizadora que no dialoga con la formación de la juventud crítica.