(P)arte da (mu)dança : portfólio digital avaliativo colaborativo para dança no Ensino Fundamental I

Abstract

A pesquisa tem como temática a avaliação de crianças em Arte, mais especificamente a dança. Questiona sobre a construção de um portfólio de forma colaborativa entre docente e discentes, o modo como os estudantes escolhem e justificam os momentos significativos da aula e como esse material repercute numa avaliação bimestral da turma. Visa, portanto, compor, em colaboração com estudantes de primeiro ano do Ensino Fundamental I, um portfólio digital colaborativo para a avaliação escolar na disciplina de Arte/Dança. Como objetivos secundários, investigam-se modos variados de registrar dança, inventariam-se as produções científicas que tratam de portfólio na arte no Ensino Fundamental I e identifica-se como os estudantes conseguem relatar e registrar sua experimentação em dança. O trabalho foi desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Fundamental Travassos Alves, localizada em Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul, com uma turma do primeiro ano do Ensino Fundamental I, com uma média de 25 alunos. No ano de 2022, no Fundamental I, nesta mantenedora, a disciplina de Componentes Integrados abarcou os conteúdos de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Geografia, História e Ensino Religioso e também a disciplina de Arte. Para o trabalho, utilizou-se o tempo relativo a este último componente curricular. Esta é uma pesquisa com crianças, objetivando promover os estudantes a agentes de suas aprendizagens. Os dados foram produzidos a partir de instrumentos inspirados na etnografia e autoetnografia. A pesquisa apontou o portfólio digital avaliativo colaborativo como um instrumento capaz de fomentar a avaliação formativa, mas pouco usado pelo Ensino Fundamental I, pelas suas especificidades de autonomia dos estudantes e a escassez de recursos humanos na escola pública em geral. Construído em uma rede social popular como o Instagram, mostrou-se como um recurso avaliativo vivo, acessível e coletivo, colaborando para uma avaliação emancipatória. No entanto, sugere-se uma abertura a uma menor diretividade dos docentes e maior abertura de espaço de escuta aos discentes, do planejamento à avaliação, sustentando a avaliação democrática na base da cooperação, assim como o uso de filmagens, no intuito de tornar a avaliação mais processual e formativa, podendo recorrer-se aos vídeos de forma cronológica, percebendo-se o desenvolvimento dos estudantes, ao mesmo tempo que esse recurso possibilita que ele mesmo acompanhe seus processos. Assim, apontam-se caminhos para a pesquisa de portfólios individuais no ideal de se aprofundar mais nas particularidades de cada estudante.

The theme of the research is the assessment of children in Art, more specifically dance. How can a teacher build a portfolio of the process of dance class activities in a collaborative way between teachers and students? How do children select significant moments in class and how do they justify these choices? How does the teacher’s construction of the digital portfolio, based on student choices, impact the class’s bimonthly assessment? It aims, therefore, to compose, in collaboration with first-year elementary school students, a collaborative digital portfolio for school assessment in the subject of Art/Dance. Its secondary objectives are to investigate different ways of recording dance to compose a portfolio, to build an inventory of scientific productions that deal with art portfolios for elementary school children and identify how students can report and record their experimentation in dance. The work is developed in an elementary school in Porto Alegre/RS, with a first-year class of Elementary School I, with an average of 25 students. In the year 2022, in Elementary School I in the state of Rio Grande do Sul, the Integrated Components discipline covered the contents of Portuguese Language, Mathematics, Science, Geography, History, and Religious Education, in addition to the Art discipline. Therefore, the period related to the latter curricular component was used. This is research with children, aiming to promote students to become agents of their own learning. The data is produced using instruments inspired by ethnography and autoethnography, such as the teacher's field diary, participant observation and observation agenda, filming and photos of the participants. The research pointed to a collaborative digital assessment portfolio as an instrument capable of promoting formative evaluation, as suggested by official documents, but not frequently used by Elementary Education I, due to its specificities of student autonomy and the scarcity of human resources in public schools in general. Built on a popular social network like Instagram, it proved to be a live, accessible and collective assessment resource, contributing to na emancipatory evaluation. However, it is suggested that there be less directivity on the part of teachers and a greater space for listening to students, from planning to evaluation, supporting democratic evaluation on the basis of cooperation, as well as the use of filming, in order to make the more procedural and formative assessment, with videos being able to be used chronologically, realizing the students' development, at the same time that this resource allows them to follow their processes themselves. Thus, the research points to further investigation on ways to research individual portfolios with the goal of deepening the perspective of particularities of each student.