Neoplasias cutâneas envolvendo a cauda de caninos diagnosticadas no sul do Brasil entre 2013 e 2019

Abstract

As neoplasias cutâneas são as mais comuns na cauda de cães. No entanto, há uma escassez de informações na literatura a respeito da frequência das neoplasias que se desenvolvem nesta região anatômica. Dessa forma, foi conduzido um estudo retrospectivo a partir de biópsias da cauda de caninos analisadas no Setor de Patologia Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul entre janeiro de 2013 e dezembro de 2019. O objetivo deste estudo foi averiguar a frequência dos diferentes tipos de neoplasias que acometem a cauda de cães, assim como seus aspectos epidemiológicos e patológicos. Foram registradas e agrupadas informações referentes ao diagnóstico, idade, sexo e raça dos animais, além da porção da cauda acometida, a qual foi dividida anatomicamente em três porções: proximal, média e distal. Os tumores foram agrupados de acordo com sua origem como epidérmicos, fibrosos, foliculares, de glândulas sudoríparas, lipocíticos, de mastócitos, melanocíticos, neurais e perineurais, sebáceos e vasculares. Foi obtido um total de 100 casos de neoplasias de cauda em caninos no período estabelecido. As neoplasias mais comuns foram as de origem sebácea (34%) - especialmente os tumores de glândula hepatoide (33%) -, seguidas pelas de origem folicular (18%), vascular (13%), epidérmica (9%) e de mastócitos (8%). A quantidade de tumores benignos e malignos foi semelhante (54% e 46%, respectivamente), e os tumores epiteliais (64%) foram predominantes sobre os mesenquimais e outros tumores (32% e 4%, respectivamente). A maioria dos tumores se desenvolveu na porção proximal da cauda (87,23%) e, destes, a maior parte era composta por neoplasias de glândula hepatoide (51,21%). Os machos foram predominantemente afetados nos casos de tumores de glândula hepatoide (79,41%), e as fêmeas representaram todos os casos de lipoma e de tumores de bainha de nervo. Os cães acometidos geralmente eram adultos ou idosos, com média de idade de 9,7 anos e mediana de 10 anos.

Cutaneous neoplasms are the most common neoplasms that affect the tail of dogs. However, there is a lack of information regarding the frequency of the specific neoplasms that occur in this anatomic region. Thus, a retrospective study was conducted using canine tail biopsy reports from the Veterinary Pathology Laboratory of the Universidade Federal do Rio Grande do Sul, covering the period from January 2013 to December 2019. The aim of this study was to determine the frequency of the different types of neoplasia that affect the tail of dogs, as well as their epidemiological and pathological aspects. Information was gathered and grouped regarding diagnosis, age, sex, and breed of the dogs, along with the affected portion of the tail, which was anatomically divided in three portions: proximal, middle, and distal. The tumors were grouped according to their origin as epidermal, fibrous, follicular, sweat gland, lipocytic, mast cell, melanocytic, neural and perineural, sebaceous, and vascular tumors. A total of 100 reports were obtained in the established period. The most common neoplasms were those of sebaceous origin (34%) - especially hepatoid gland tumors (33%) -, followed by tumors of follicular (18%), vascular (13%), epidermal (9%), and mast cell origin (8%). The amount of benign and malignant tumors was similar (54% and 46%, respectively), and epithelial neoplasms (64%) were predominant over mesenchymal and other neoplasms (32% and 4%, respectively). Most tumors occurred on the proximal third of the tail (87,23%), and, of these, most were hepatoid gland tumors (51,21%). Males were overrepresented in cases of hepatoid gland tumors (79,41%), while females represented all cases of lipoma and nerve sheath tumors. The affected dogs were usually adults or elderly, with a mean age of 9.7 years and a median age of 10 years.