Explosões e imprevisibilidades semióticas na prática hipersticional do CCRU

Abstract

Esta monografia busca, a partir de uma perspectiva comunicacional e da Semiótica da Cultura, compreender algumas das dinâmicas do perfil e da produção teórico-ficcional do Cybernetic Culture Research Unit (CCRU), lendo-o como um fenômeno e processo cultural que é, ao mesmo tempo, produto da confluência de diversos textos culturais e produtor de tantos outros. Por um viés lotmaniano, fazemos uma revisão bibliográfica do contexto e de parte da produção do coletivo, posicionando-os como tradutores de distintas tradições e mobilizadores de um tipo particular de produção cultural que, através do conceito que criam de hiperstição, inserimos sob o escopo de uma possível epistemologia fabulatória. Propomos, em seguida, um procedimento teórico-reflexivo que entrecruza os desenvolvimentos tardios da obra de Lotman e as produções do grupo, considerando-as como articuladores e exemplos de um pensamento sobre a Comunicação que privilegia o ruído, a tensão, o conflito e a desconfiança como forma de tensionamento de sistemas semióticos e criação de novos sentidos e possibilidades antes imprevisíveis.

This research seeks, from a communicational perspective and through the Semiotics of Culture, to understand some of the dynamics of the profile and the theoretical-fictional production of the Cybernetic Culture Research Unit (CCRU), reading it as a cultural phenomenon and process that is, at the same time, a product of the confluence of various cultural texts and a producer of many others. Through a lotmanian lens, we conduct a bibliographic review of the context and part of the collective's production, positioning them as translators of different traditions and mobilizers of a particular type of cultural production that, through the concept they create of hyperstition, we place under the scope of a possible fabulatory epistemology. We then propose a theoretical-reflective procedure that intertwines the late developments of Lotman's work and the group's productions, considering them as articulators and examples of a thought on Communication that privileges noise, tension, conflict, and mistrust as a way of stressing semiotic systems and creating new meanings and possibilities previously unpredictable.