A percepção do paciente no uso preemptivo de passiflora incarnata na extração de terceiros molares

Abstract

A ansiedade e a odontologia estão interligadas historicamente, principalmente quando se refere a extração de terceiros molares (CHEN et al., 2015). Atualmente, existem métodos que auxiliam no atendimento de pacientes que sofrem de ansiedade como o manejo comportamental, o uso de analgesia e a sedação consciente (ARAÚJO et al., 2021). Outra forma de terapia cada vez mais popular é o uso de fitoterápicos. A Passiflora Incarnata é uma planta trepadeira e a parte aérea dessa planta tem sido usada para fins sedativos, ansiolíticos e antiespasmódicos. Apesar de um longo histórico de uso, o modo exato de seu efeito ansiolítico e os fitoconstituintes responsáveis pelo efeito sobre o sistema nervoso central não foram claramente descritos (MOVAFEGH et al., 2008). Porém, pode ter uma maior aceitação psicológica por ser uma substância natural (KAVIANI et al., 2013). O presente estudo randomizado, controlado, cego e de boca dividida teve como objetivo comparar o nível de ansiedade por meio da percepção do paciente no uso preemptivo de Passiflora Incarnata (260mg) na extração de terceiro molar (metodologia baseada em Dantas et al. 2017) comparando com o grupo placebo em que o paciente recebia a medicação em forma de cápsula idêntica de invólucro gelatinoso 30 minutos antes do procedimento cirúrgico. A extração era realizada em dentes homólogos (superior ou inferior), assintomáticos, e de mesma classifcação de Pell e Gregory e Winter. O paciente foi submetido a três fases: a primeira fase ocorreu sete dias antes para aplicação do questionário de ansiedade odontológica, da escala visual analógica para ansiedade e aferição da pressão arterial e frequência cardíaca. A segunda etapa consistiu na aplicação do questionário de ansiedade odontológica no pós-operatório imediato, juntamente com a medição da pressão arterial e frequência cardíaca 30 minutos após a administração da droga e após a sutura. Na terceira fase, os participantes foram solicitados a preencher o questionário de autoavaliação da experiência do tratamento, notificação de efeitos adversos e a escala visual analógica modificada no dia seguinte à cirurgia, em sua residência. Além disso, a remoção da sutura ocorreu sete dias após a cirurgia na Faculdade de Odontologia da UFRGS.