O impacto da troca da via de administração endovenosa para via oral na antibioticoterapia de pacientes adultos : uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados
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Data
2024Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
Introdução: A administração de antibiótico endovenoso (EV) é, muitas vezes, o único fator que mantém um paciente hospitalizado. Diversos antibióticos utilizados por via oral (VO) têm excelentes parâmetros farmacocinéticos, sendo uma boa alternativa para a troca (switch) de via EV para VO. A prática do switch EV-VO almeja benefícios para o paciente, para a instituição e para o sistema de saúde. Objetivos: Identificar, sumarizar e avaliar as evidências existentes na literatura sobre a troca da vi ...
Introdução: A administração de antibiótico endovenoso (EV) é, muitas vezes, o único fator que mantém um paciente hospitalizado. Diversos antibióticos utilizados por via oral (VO) têm excelentes parâmetros farmacocinéticos, sendo uma boa alternativa para a troca (switch) de via EV para VO. A prática do switch EV-VO almeja benefícios para o paciente, para a instituição e para o sistema de saúde. Objetivos: Identificar, sumarizar e avaliar as evidências existentes na literatura sobre a troca da via de administração endovenosa para via oral na antibioticoterapia de pacientes adultos. Métodos: A revisão sistemática foi conduzida conforme as diretrizes Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions e reportada segundo as diretrizes PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses). O protocolo da revisão sistemática foi registrado na plataforma PROSPERO (CRD42022336019). Foram incluídos ensaios clínicos randomizados com pacientes adultos, hospitalizados ou não, em que a intervenção testada foi o uso de antibióticos endovenosos por ao menos 48 horas, sendo realizada a troca para via oral na sequência, comparada com o uso exclusivo de antibióticos endovenosos. Os desfechos de interesse avaliados foram mortalidade por qualquer causa, cura clínica, falha terapêutica e tempo de internação hospitalar. As bases de dados utilizadas foram Embase, PubMed, SciELO, ScienceDirect, Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) e ClinicalTrials.gov, não havendo restrições quanto ao idioma e data de publicação. As buscas foram realizadas até outubro de 2023. A avaliação do risco de viés foi realizada por meio da ferramenta RoB 2. Resultados: Após remoção das duplicatas, 3.589 resultados foram triados pela leitura dos títulos e resumos, resultando em 165 resultados para leitura na íntegra, dos quais 15 estudos preencheram os critérios e foram incluídos na revisão sistemática, contabilizando 1.993 participantes randomizados. A média dos pacientes randomizados foi de 133 (36 a 400). O sítio de infecção mais estudado foi o trato respiratório inferior (6 estudos), seguido pelo trato urinário (2 estudos), entre outros (7 estudos). Quanto às classes de antibióticos usados pela via EV, 8 estudos utilizaram ß-lactâmicos, sendo essa classe a mais prevalente por essa via. A respeito das classes de antibióticos utilizados por VO, 8 utilizaram fluoroquinolonas, 5 utilizaram cefalosporinas e 2 não informaram o medicamento usado. Os desfechos mortalidade por qualquer causa e falha terapêutica tiveram uma baixa ocorrência de eventos e sem diferença estatística significativa entre os grupos analisados. A cura clínica foi detectada em 70% ou mais dos pacientes, sem diferença estatisticamente significativa entre os grupos. Para o tempo de internação hospitalar, foi identificado que o tempo foi maior – estatísticamente significativo - maior no grupo de tratamento EV para todos os estudos incluídos. Em relação ao risco de viés dos estudos incluídos, a maioria teve uma classificação geral como de alto risco. Conclusão: De maneira geral, os desfechos primários se comportaram semelhantemente entre os grupos de comparação, sugerindo que é possível que a troca de via seja uma opção viável com bons desfechos na antibioticoterapia. A maioria dos estudos tinha uma taxa de cura clínica de 70% ou mais e uma taxa de falha terapêutica de 10% ou menos, sugerindo a efetividade das intervenções. Espera-se que este estudo seja capaz de contribuir com uma prática clínica que otimize o uso dos antibióticos e colabore com seu uso racional. ...
Abstract
Introduction: The administration of intravenous (IV) antibiotics is often the sole factor maintaining a hospitalized patient. Several antibiotics administered orally (PO) exhibit excellent pharmacokinetic parameters, making them a viable alternative for switching from IV to PO administration. The practice of IV to PO switch aims to benefit the patient, institution, and healthcare system. Objectives: To identify, summarize, and evaluate the existing evidence in the literature regarding the switc ...
Introduction: The administration of intravenous (IV) antibiotics is often the sole factor maintaining a hospitalized patient. Several antibiotics administered orally (PO) exhibit excellent pharmacokinetic parameters, making them a viable alternative for switching from IV to PO administration. The practice of IV to PO switch aims to benefit the patient, institution, and healthcare system. Objectives: To identify, summarize, and evaluate the existing evidence in the literature regarding the switch from intravenous to oral administration in antibiotic therapy for adult patients. Methods: The systematic review was conducted following the Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions and reported according to PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses) guidelines. The systematic review protocol was registered on the PROSPERO platform (CRD42022336019). Randomized clinical trials with adult patients, hospitalized or not, where the intervention tested was the use of intravenous antibiotics for at least 48 hours followed by a switch to oral administration, were included. These were compared with the exclusive use of intravenous antibiotics. Outcomes of interest included mortality from any cause, clinical cure, therapeutic failure, and length of hospital stay. Databases searched included Embase, PubMed, SciELO, ScienceDirect, Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL), and ClinicalTrials.gov, with no language or publication date restrictions. Searches were conducted up to October 2023. Bias risk assessment was performed using the RoB 2 tool. Results: After removing duplicates, 3,589 results were screened through title and abstract review, resulting in 165 full-text articles assessed, of which 15 studies met the inclusion criteria and were included in the systematic review, totaling 1,993 randomized participants. The average number of randomized patients was 133 (range 36 to 400). The most studied infection site was the lower respiratory tract (6 studies), followed by the urinary tract (2 studies), among others (7 studies). Regarding antibiotic classes used via IV, 8 studies used β-lactams, which were the most prevalent class by this route. Concerning antibiotic classes used via PO, 8 studies used fluoroquinolones, 5 used cephalosporins, and 2 did not specify the drug used. Outcomes such as mortality from any cause and therapeutic failure had low event occurrence rates and no statistically significant difference between the analyzed groups. Clinical cure was observed in 70% or more of the patients, with no statistically significant difference between groups. For length of hospital stay, it was identified that the duration was statistically significantly longer in the IV treatment group across all included studies. Regarding the bias risk of included studies, the majority were classified as high risk overall. Conclusion: Overall, primary outcomes were similar between comparison groups, suggesting that switching routes could be a viable option with favorable outcomes in antibiotic therapy. Most studies showed a clinical cure rate of 70% or higher and a therapeutic failure rate of 10% or less, indicating the effectiveness of interventions. It is hoped that this study can contribute to clinical practice that optimizes antibiotic use and promotes rational use. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia.
Coleções
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Ciências da Saúde (9127)Epidemiologia (468)
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