Corpo madeira : uma metáfora gráfica da permanência da música frente à fragilidade do corpo

Abstract

Este trabalho apresenta minha pesquisa realizada no curso de graduação em Artes Visuais, com ênfase na produção entre os anos 2023 e 2024. A minha prática envolve a combinação de linguagens, unindo a xilogravura com o desenho para a construção de representações cujo tema são as relações entre instrumentista e instrumento musical. A partir da observação do meu processo criativo, procuro discutir como os aspectos materiais e formais das linguagens da gravura e do desenho proporcionam recursos para a proposição de metáforas visuais: partindo de guras do instrumento musical e do esqueleto humano, pesquiso sobre as relações entre permanência e efemeridade. O trabalho Corpo Madeira (2024) é realizado em escala 1:1 dos objetos representados e, nesta pesquisa, busco justicar essa escolha em relação ao seu aspecto simbólico, da relação que é estabelecida com o corpo, entre outras decisões processuais. Associando referências teórico-práticas ao meu processo, busco analisar como a música pode ser passível de representação visual e como ela surge no meu trabalho. Entre as referências para esta pesquisa, eu identico a tradição das representações alegóricas da música e da morte, em especial no contexto dos memento mori e das Danças Macabras, e a produção gráca de artistas como Marcelo Moscheta, Claudio Mubarac e Rafael Pagatini como referenciais para a discussão de aspectos processuais e da materialidade da gravura em meu trabalho. Através do paralelo entre esses referenciais artísticos, busco reetir sobre questões intrínsecas à minha prática, tais como: relação entre gravura e desenho, múltiplo e único, gravura em grande escala, permanência e efemeridade.

This work presents my research carried out in the Visual Arts undergraduate course, with an emphasis on my production between the years 2023 and 2024. My practice involves the combination of mediums, combining woodcuts with drawing to construct representations whose theme is the relationships between instrumentalist and musical instrument. From the observation of my creative process, I seek to discuss how the material and formal aspects of the mediums of engraving and drawing provide resources for proposing visual metaphors: starting from gures of the musical instrument and the human skeleton, I research the relationships between permanence and ephemerality. The work Corpo Madeira (2024) is carried out on a 1:1 scale of the represented objects and, in this research, I seek to justify this choice in relation to its symbolic aspect, the relationship that is established with the body, among other procedural decisions. Associating theoretical-practical references to my process, I seek to analyze how music can be subject to visual representation and how it appears in my work. Among the references for this research, I identify the tradition of allegorical representations of music and death, especially in the context of memento mori and the Danse Macabre, and the graphic production of artists such as Marcelo Moscheta, Claudio Mubarac and Rafael Pagatini as references for the discussion of procedural aspects and the materiality of engraving in my work. Through the parallel between these artistic references, I seek to think on issues intrinsic to my practice, such as: the relationship between engraving and drawing, multiple and unique, large-scale engraving, permanence and ephemerality.