Publicidade como nós : O protagonismo de Tasha & Tracie na representação de mulheres negras na publicidade brasileira

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo analisar como a publicidade brasileira vem promovendo a transformação nos padrões de representação de mulheres negras. A pesquisa foca no impacto gerado pelo protagonismo de Tasha & Tracie na campanha “Cabelos Sem Limites, como Nós”, da marca de cosméticos Seda, pertencente ao grupo Unilever. Para fundamentar a análise, são utilizados autores como Lélia Gonzalez (2020), Sueli Carneiro (2012), que trazem perspectivas sobre o histórico das mulheres negras no Brasil, e Kotler (2017, 2021) que fala sobre a publicidade contemporânea no contexto da responsabilidade social e do marketing digital. Como procedimentos metodológicos, a pesquisa adota comentários em redes sociais como corpus, realizando uma análise de conteúdo (Bardin, 2016) e uma análise de representações (Hall, 2016), com o objetivo de compreender a recepção da campanha e o impacto do protagonismo de Tasha & Tracie, duas mulheres negras periféricas, no imaginário coletivo. Os resultados apontam uma recepção predominantemente positiva, com grande engajamento em elogios às artistas, embora também revelem críticas pontuais à campanha e ao produto.

This study aims to analyze how brazilian advertising has been promoting changes in the standards of representation of black women. The research focuses on the impact of Tasha & Tracie's protagonism in the campaign “Cabelos Sem Limites, como Nós” by Seda, a cosmetics brand owned by the Unilever group. The analysis is grounded in works by authors such as Lélia Gonzalez (2020) and Sueli Carneiro (2012), who offer perspectives on the historical experiences of black women in Brazil, and Kotler (2017, 2021), who discusses contemporary advertising in the context of social responsibility and digital marketing. Methodologically, the study uses comments from social media as the corpus, applying content analysis (Bardin, 2016) and representation analysis (Hall, 2016) to understand the campaign's reception and the impact of Tasha & Tracie’s protagonism, as two black women from peripheral areas, on the collective imagination. The results indicate a predominantly positive reception, with significant engagement in praise for the artists, although they also reveal occasional criticism of the campaign and the product.