Museu e acessibilidade cultural : gestão da corponormatividade

Abstract

A pesquisa investiga, a partir da trajetória social de gestores, a influência das práticas de gestão museológica na construção e reprodução de práticas corponormativas, bem como suas implicações para a acessibilidade cultural. Propõe-se a restituir a mente e o corpo como forças intrinsecamente conectadas, partindo do entendimento de que o corpo desempenha um papel ativo na interpretação e na produção de sentidos em relação ao patrimônio cultural. Nesse contexto, destaca-se o papel dos museus na promoção da acessibilidade cultural e da inclusão, criando condições que possibilitem às pessoas com deficiência a apropriação ativa desses espaços. O estudo evidencia como a corponormatividade condiciona percepções sobre a identidade de pessoas com deficiência e identifica as barreiras enfrentadas pelos museus na promoção do acesso, considerando o impacto de uma herança colonial. Por meio da análise de entrevistas com gestores de instituições culturais, são examinadas as implicações socioculturais das estratégias de gestão dos museus, destacando desafios e oportunidades. Entendidos como organizadores de discursos, os museus produzem e reproduzem práticas normativas que consolidam sua atuação enquanto agentes de corponormatividade.

This research investigates, through the social trajectories of museum managers, the influence of museum management practices on the construction and reproduction of corponormative practices and their implications for cultural accessibility. It proposes reestablishing the mind and body as intrinsically connected forces, based on the understanding that the body plays an active role in the interpretation and production of meanings related to cultural heritage. In this context, the role of museums in promoting cultural accessibility and inclusion is emphasized, creating conditions that enable individuals with disabilities to actively engage with these spaces. The study highlights how corponormativity shapes perceptions of the identity of individuals with disabilities and identifies the barriers museums face in promoting access, considering the impact of a colonial legacy. Through the analysis of interviews with cultural institution managers, the sociocultural implications of museum management strategies are examined, highlighting challenges and opportunities. Museums, as organizers of discourses, produce and reproduce normative practices that consolidate their role as agents of corponormativity.