Redes sociais e aprendizagem : um foco no olhar dos jovens do Ensino Médio

Abstract

As redes sociais online estão presentes no cotidiano de muitos adolescentes, influenciando suas subjetividades e podendo estar envolvidas na epidemia de distúrbios mentais que marcam este século. Em meio ao crescimento expressivo de tecnologias digitais, as redes sociais também inserem-se nas escolas, e a proibição do uso do celular é pauta polêmica em políticas públicas no Brasil e no mundo. A partir disso, este trabalho descritivo teve como objetivo geral analisar a percepção de jovens do Ensino Médio em relação às redes sociais nos seus processos de aprendizagem e como objetivos específicos identificar quais são as redes sociais mais utilizadas pelos estudantes; mapear suas características de uso e estabelecer paralelos entre as respostas de estudantes de escolas públicas e privadas do Ensino Médio. Para tanto, foi realizado um estudo de caso com a aplicação de um questionário em 6 turmas do Ensino Médio dentro de uma escola de ensino público e outra de ensino privado de Porto Alegre, atingindo 70 estudantes. Com os dados, foi realizada a análise quali-quantitativa das respostas objetivas e dissertativas. O estudo conseguiu mapear os padrões de uso das redes sociais no cotidiano dos jovens e constatou que suas atividades favoritas nas redes envolvem socializar com os amigos, mesmo que assistir vídeos curtos seja o elemento mais viciante. Os estudantes relatam sentir tanto emoções positivas quanto negativas ao usar as redes sociais, e boa parte de quem afirma não ter dificuldade de sair delas, passa mais de 4 horas online por dia, alguns conciliando trabalho e estudo, e já deixaram de realizar tarefas escolares por estar online. Há uma diferença de perfil entre alunos de escola pública e privada, com os primeiros possuindo vínculo empregatício, mais tempo online por dia e menos acesso a dispositivos tecnológicos. As meninas, neste estudo, são as que se sentem mais ansiosas, estressadas e tristes após passar muito tempo nas redes, além de relatarem menos autocontrole quando precisam sair. Os estudantes, de forma generalizada, não sabem como unir as redes sociais com os estudos, exceto com a divulgação de conteúdos pelos professores nas mesmas. Este estudo traz um panorama do olhar dos estudantes sobre as redes sociais, contribuindo para preencher algumas lacunas que ainda fervilham sobre este tema.

Online Social Medias are present in the daily lives of many adolescents, influencing their subjectivities and possibly being involved in the epidemic of mental disorders that characterize this century. Between the expressive growth of digital technologies, social media are also getting a position in schools, and the prohibition of smartphones is already being discussed in public policies in Brazil and worldwide. In this concept, this descriptive work aims to analyze the perception of high school students in relation to social media in their learning processes and has its specific objectives to identify which social media are most used by students; to map their usage characteristics and to establish parallels between the responses of students from public and private high schools. To this end, a case study was conducted by applying a questionnaire in 6 high school classes within a public school and another private school in Porto Alegre, reaching 70 students. With the data, a qualitative and quantitative analysis was performed. The study showed the patterns of social media use in the daily lives of young people and found that their favorite activities on social media involve socializing with friends, even though watching short videos is the most addictive element. Students report feeling both positive and negative emotions when using social media, and many of those who said they have no difficulty to get off social media spend more than 4 hours online per day, even conciliating work and study. Many of them already stopped doing schoolwork because they are online. There is a difference between students from public and private schools, with a lot of students from public school having a job, spending more time online per day, and less access to technological devices. In this study, girls are the ones who feel more anxious, stressed and sad after spending too much time on social media, and algo who report less self-control when they need to get off the screens. Students, in general, do not know how to combine social media with studies, except through the dissemination of content by teachers. This study provides an overview of how students face social media, helping to fill some gaps that still exist on this topic.