A poética do fantasma : uma trajetória de assombros e acolhimentos

Abstract

Neste trabalho apresento minha produção artística em Poéticas visuais sobre fantasmas, baseada nos conceitos de Lars Elleström (2017) sobre mídias. Meu objetivo foi explorar a figura do fantasma como simblolo de identidade e afeto, articulando-o a diferentes mídias e criando uma instalação como espaço híbrido, conforme Pierre Levy (2001). Inicio com a construção do meu imaginário sobre fantasmas utilizando contextos histórico-culturais e referências midiáticas que me influenciaram, de modo a destacar a figura do fantasma de seu estereótipo de terror para uma poética de acolhimento e de afeto. Ele transita pelas mídias da cerâmica, do desenho, do pixo, da projeção mapeada sobre um pixo já existente, da ilustração, do crochê, da fotointervenção e do jogo digital. Ao abordar cada uma dessas mídias, cito minhas motivações para escolher midiar o fantasma em cada uma delas e como elas me influenciaram a pensar no Amighostie como avatar de jogo digital. Então, fundamento-me no conceito de intermedialidade proposto por Elleström (2017), que destaca as relações dinâmicas entre diferentes mídias, ao pensar em um jogo digital projetado, no qual o cenário são peças cerâmicas abstratas nas quais proponho que o público utilize para caminhar com o personagem, cria-se uma instalação interativa. A interação do público com o fantasma em um cenário construído por formas orgânicas e texturas cerâmicas, é um convite à imersão e à introspecção, oferecendo um momento de pausa da rotina cotidiana turbulenta e cansativa e de aproximação do espectador com a obra. Por fim, este trabalho reflete minha trajetória artística como um percurso de acolhimento e transformação, como também de aprendizado e ressignificações.

In this work, I present my artistic production in Visual Poetics on ghosts, based on Lars Elleström (2017) concepts of media. My goal was to explore the ghost's figure as a symbol of identify and affection, connecting it to different media and creating and insttalation as a hybrid space, according Pierre Levy (2001). I begin with the my imaginary of ghost's construction using cultural-historical contexts and media references that influenced me, aiming to shift the ghost figure from its stereotype of horror to a poetics of care and affection. It goes through the midia of ceramics, drawing, street art (pixo), video mapping over existing street art, illustration, crochet, photo intervention, and digital gaming. Whem a pproaching each of these media, I explain my motivations for mediating the ghost in each one and how they influenced me to conceive Amighostie as a digital game avatar. Then, I base my analysis on Elleström (2017), concept of intermediality, which emphasizes the dinamyc relationships between different media, to conceptualize a projected digital game where the setting consists of abstract ceramic pieces that the audience can use to navigate with the character, it creates an interactiva installation. The audience's interaction with the ghost in a setting built with organic forms and ceramic textures is an invitation to immersion and introspection, offering a moment of pause from the turbulent and exhausting daily routine and fostering a connetion between the viewer and the artwork. Finally, this work reflects my artistic trajectory as a journey of care and transformation, as well as one of learning and reinterpretations.