Prevalência e fatores de risco para disfunção diafragmática avaliada por ultrassonografia em pacientes submetidos à ventilação mecânica em uma unidade de terapia intensiva

Abstract

A ventilação mecânica invasiva (VMI) apesar de ser um importante suporte de vida para pacientes críticos, necessita de um conhecimento amplo e expertise durante sua aplicação. Podendo acarretar em mecanismos que contribuem para a atrofia e lesão das fibras musculares do músculo diafragmático. Assim como outros fatores que também podem contribuir para degradação deste músculo, como níveis insuficientes de oxigênio, infecções sistêmicas e a necessidade de VMI em modos controlados ou prolongados. A disfunção diafragmática (DD) tem sido observada tanto nas primeiras horas de ventilação mecânica quanto em períodos mais tardios da internação. Evidenciando a necessidade de métodos não invasivos e reprodutíveis de monitoramento da condição e função do diafragma. A utilização da ultrassonografia para avaliação do diafragma na unidade de terapia intensiva é uma técnica de interesse crescente devido ser um método não invasivo, seguro e de fácil utilização a beira leito. Embora a atrofia do diafragma venha sendo estudada através ultrassonografia em pacientes submetidos à ventilação mecânica, sua prevalência e os fatores que predispõem a DD ainda são inconclusivos. Devido a esta necessidade, realizamos um estudo transversal para avaliar a prevalência e fatores de risco para disfunção diafragmática avaliada por ultrassonografia em pacientes submetidos a VMI em unidade de terapia intensiva (UTI). Foram avaliados 56 pacientes, e observamos que os principais achados que predispõe ao desenvolvimento DD relacionados a ED foram, histórico de Neoplasias ( p <0,001), dias de permanência em IOT ( p = 0,047), nível de sedação ( p <0,001), e VT ( p = 0,003) através monitor VMI no momento da avaliação. Já os fatores diretamente relacionados a FE encontrados neste estudo foram, a presença de doença cardiovascular ( p = 0,037), juntamente com FC ( p = 0,015) durante a avaliação, e o tempo de internação em UTI ( p = 0,019).

Invasive mechanical ventilation (IMV), while a critical life-support intervention for critically ill patients, demands extensive knowledge and expertise for its proper application. However, its use can lead to mechanisms that contribute to atrophy and injury of the diaphragmatic muscle fibers. Additional factors, such as insufficient oxygen supply, systemic infections, and the necessity for controlled or prolonged mechanical ventilation, may further exacerbate the degradation of this muscle. Diaphragmatic dysfunction (DD) has been documented both in the initial hours of mechanical ventilation and later during hospitalization. This underscores the importance of developing non-invasive and reproducible methods for monitoring diaphragmatic condition and function. Ultrasound has emerged as a promising tool for evaluating the diaphragm in the intensive care unit (ICU) setting, owing to its non-invasive nature, safety, and ease of use at the bedside. While diaphragm atrophy has been investigated using ultrasound in patients undergoing mechanical ventilation, the prevalence of DD and the factors predisposing to its development remain inconclusive. To address this gap, we conducted a cross-sectional study to assess the prevalence and risk factors associated with diaphragmatic dysfunction, as evaluated by ultrasound, in patients receiving IMV in an ICU. A total of 56 patients were included in the study. Our findings revealed that the primary factors predisposing to DD included a history of neoplasms (p < 0.001), duration of intubation (p = 0.047), level of sedation (p < 0.001), and ventilator-associated conditions (VT) (p = 0.003) as measured by the IMV monitor at the time of evaluation. Additionally, factors directly associated with diaphragmatic function included the presence of cardiovascular disease (p = 0.037), heart rate (HR) during evaluation (p = 0.015), and the length of ICU stay (p = 0.019).