Artesanias da diferença : princípios e conceitos de uma pesquisa com a deficiência e a loucura

Abstract

O artigo discute os princípios e conceitos da pesquisa “Entre: Artesanias da Diferença (encontros com os modos de existir, narrar e aprender com a deficiência e a loucura)”, que se dedicou à interseção entre Educação especial e saúde mental, enfatizando uma abordagem que afirma a diferença como potência criadora. Longe de buscar um conhecimento estável ou respostas definitivas, essa escrita se propôs a acompanhar os desvios, as fissuras e os territórios instáveis onde a diferença se inscrevia como potência. Em vez de enquadrar corpos e subjetividades dentro de parâmetros normativos, a pesquisa operou na contramão das práticas que reduzem a diferença a um desvio a ser corrigido, considerando o modelo social em contrapartida do biomédico. O que se desenhou foi um campo de experimentação, um artesanato metodológico que se fez na escuta, no encontro com o imprevisível. As "artesanias da diferença" emergiram como um princípio ético e político, uma forma de pesquisar que não se fechava em modelos prévios, mas que se abria ao devir. Nesse percurso, a escrita tornou-se um território de disputa, onde vozes historicamente silenciadas encontraram espaço para afirmar outros modos de existir. A investigação, assim, não se limitou a uma crítica às práticas normativas, mas buscou criar brechas para imaginar outras formas de convivência e pertencimento.

The article discusses the principles and concepts of the research project “Between: Crafts of Difference (encounters with ways of existing, narrating, and learning with disability and madness)”, which focused on the intersection between special education and mental health, emphasizing an approach that affirms difference as a creative force. Rather than seeking stable knowledge or definitive answers, this writing aimed to follow the deviations, fissures, and unstable territories where difference was inscribed as power. Instead of framing bodies and subjectivities within normative parameters, the research went against practices that reduce difference to a deviation to be corrected, considering the social model as an alternative to the biomedical model. What emerged was a field of experimentation, a methodological craftwork shaped through listening and encountering the unpredictable. The "crafts of difference" emerged as an ethical and political principle, a way of researching not enclosed in predefined models but open to becoming. Along this path, writing became a territory of dispute, where historically silenced voices found space to affirm other ways of existing. The investigation, therefore, was not limited to criticizing normative practices, but sought to create cracks through which to imagine other forms of coexistence and belonging.

El artículo discute los principios y conceptos de la investigación “Entre: Artesanías de la Diferencia (encuentros con modos de existir, narrar y aprender con la discapacidad y la locura)”, que se dedicó a la intersección entre la educación especial y la salud mental, enfatizando un enfoque que afirma la diferencia como una fuerza creadora. Lejos de buscar un conocimiento estable o respuestas definitivas, esta escritura se propuso acompañar los desvíos, las fisuras y los territorios inestables donde la diferencia se inscribía como potencia. En lugar de encuadrar cuerpos y subjetividades dentro de parámetros normativos, la investigación operó en contracorriente a las prácticas que reducen la diferencia a una desviación a ser corregida, considerando el modelo social como contrapunto al biomédico. Lo que se configuró fue un campo de experimentación, una artesanía metodológica construida desde la escucha y el encuentro con lo imprevisible. Las "artesanías de la diferencia" surgieron como un principio ético y político, una forma de investigar no encerrada en modelos previos, sino abierta al devenir. En este recorrido, la escritura se tornó un territorio de disputa, donde voces históricamente silenciadas encontraron espacio para afirmar otros modos de existir. La investigación, así, no se limitó a una crítica a las prácticas normativas, sino que buscó crear fisuras para imaginar otras formas de convivencia y pertenencia.