Prevalência e características de dor em mulheres submetidas ao tratamento cirúrgico por câncer de mama

Abstract

RESUMO: Este estudo teve por objetivo verificar a prevalência pontual e as características de dor associadas ao tratamento cirúrgico em mulheres tratadas por câncer de mama, além de verificar se houve diferença entre os níveis e características de dor considerando dois tipos de abordagens cirúrgicas axilares, esvaziamento axilar (EA) e biópsia do linfonodo sentinela (BLS). O estudo transversal incluiu uma amostra de 90 mulheres que foram entrevistadas e passaram por exame físico para obter variáveis relacionadas a dados sociodemográficos, características clínicas e de tratamento, presença de dor, local da dor, tipo de dor e nível de dor através da Escala Visual Analógica (EVA). Adicionalmente, foi avaliada a presença e os níveis de dor em atividades específicas através da Escala de Dor do Índice de Dor e Incapacidade no Ombro (SPADI). Para a análise descritiva dos dados foram realizadas medidas de tendência central, dispersão, frequência e porcentagem. Foi adotado o teste de Mann Whitney para a comparação entre os grupos, com nível de significância igual a 0,05 (α = 0,05). Resultados: Quanto ao tipo de abordagem ou status axilar, 37,8% (n=34) da amostra foi submetida a biópsia do linfonodo sentinela (G1), enquanto que 62,2% (n=56) foi submetida a esvaziamento axilar (G2). Considerando a amostra total (n=90), a prevalência de dor em regiões homolaterais à cirurgia por câncer de mama foi de 73,3% (n=66). Conclusões: Foi possível concluir que não há diferença significativa entre a prevalência de dor considerando dois tipos de abordagens cirúrgicas axilares, esvaziamento axilar e biópsia do linfonodo sentinela, mas que a presença de dor é alta e interfere negativamente na vida das pacientes. Além disso, a dor é principalmente presente na movimentação das pacientes, prejudicando especialmente movimentos de flexão e abdução de ombro, movimentos que participam expressivamente das atividades de vida diárias.