Branquitude na imprensa alternativa feminista (1975-1985) : uma análise dos jornais Brasil Mulher, Correio da Mulher e Mulherio

Abstract

Esta pesquisa tem como foco de estudo o discurso sobre a mulher na imprensa alternativa feminista durante o período de 1975 a 1984. O conceito de raça e branquitude atravessam as análises desta pesquisa, pois se analisou o discurso sobre as mulheres a partir da perspectiva da branquitude. Buscou-se também explicitar o que os jornais selecionados - Brasil Mulher, Correio da Mulher e Mulherio - informam sobre ser mulher branca no Brasil a partir de um olhar analítico para narrativas textuais e imagéticas dos jornais relacionando marcadores de raça, gênero e classe. A pesquisa revelou que a construção de uma identidade feminista, em um primeiro momento, foi baseada em uma categoria universal de mulher, discurso característico dos debates sobre o significado de ser mulher e ser feminista nos anos 1970/80. Além disso, revelou-se também a importância da presença das mulheres negras nos jornais feministas, evidenciando seu papel crucial ao tensionar e ampliar essas discussões, desafiando a universalização da categoria mulher.

The focus of this research is the discourse on women in the alternative feminist press from 1975 to 1984. The concepts of race and whiteness run through the analysis of this research, as the discourse on women was analyzed from the perspective of whiteness. The aim was also to explain what the selected newspapers - Brasil Mulher, Correio da Mulher and Mulherio - tell us about being a white woman in Brazil, based on an analytical look at the textual narratives and images in the newspapers, relating markers of race, gender and class. The research revealed that the construction of a feminist identity was initially based on a universal category of woman, a discourse characteristic of the debates on the meaning of being a woman and being a feminist in the 1970s and 80s. It also revealed the importance of the presence of black women in feminist journals, highlighting their crucial role in tensing and broadening these discussions, challenging the universalization of the category of woman.