A farmácia de plantas medicinais e fitoterápicos para doenças comuns nas crianças pequenas nas comunidades quilombolas

Abstract

Neste artigo se apresenta e discute o cuidado da saúde nas comunidades quilombolas do Brasil, especialmente o uso de plantas medicinais específicas para doenças comuns nas crianças pequenas. As comunidades quilombolas surgem no século XVII, criadas por afro-descendentes fugidos da escravização colonial. Os Quilombos são espaços de resistência política, cultural e física. Neste cenário se desenvolve uma cultura especial de cuidado da saúde e do corpo da população quilombola, incluindo o tratamento com plantas medicinais das doenças comuns nas crianças pequenas: infecções respiratórias e diarreias. Esta farmácia específica para as crianças expressa bem a potência das culturas de resistência para a construção de conhecimento e de tecnologia para o cuidado da saúde. Esta farmácia pode garantir autonomia parcial ou total da indústria farmacêutica pelos quilombolas. A coleta de dados ocorreuem junho de 2024 nas basesde dados LILACS, PUBMED e SCOPUScom os seguintes termos e suas variantes: “plantas medicinais”,“Quilombos”e “doenças de crianças”. A escolha dos termos ocorreu através de consulta nos Descritores em Ciências da Saúde (DECs) e definida através da elaboração e de testes das estratégias de buscas. Durante os testes, ao acrescentar outros termos como fitoterápicos, não foram recuperados registros nas bases selecionadas e, sendo assim, não foram incluídos na estratégia. Conclui-se que a cultura de resistência dos Quilombos é fonte possível de uma cultura de cuidado da saúde autônoma da indústria farmacêutica e do complexo médico-hospitalar.

This article presents and discusses healthcare in quilombola communities in Brazil, especially the use of specific medicinal plants for common illnesses in young children. Quilombola communities emerged in the 17th century and were created by Afro-descendants who fled colonial slavery. Quilombos are spaces of political, cultural, and physical resistance. In this scenario, a special culture of health and body care developed among the quilombola population, including treating common illnesses in young children with medicinal plants: respiratory infections and diarrhea. This pharmacy for children expresses well the power of resistance cultures for constructing knowledge and technology for healthcare. This pharmacy can guarantee partial or total autonomy from the pharmaceutical industry for quilombolas. Data collection took place in June 2024 in the LILACS, PUBMED, and SCOPUS databases with the following terms and their variants: “medicinal plants,” “Quilombos,” and “children's diseases.”3Rev. Bibliomar, São Luís, v. 24, n.1, p. 1-24, jan./jun. 2025The terms were chosen through consultation with the Health Sciences Descriptors (DECs) and defined through the development and testing of search strategies. During the tests, when adding other terms such as phytotherapeutics, no records wererecovered in the selected databases and, therefore, were not included in the strategy. It is concluded that the Quilombos' culture of resistance is a possible source of a healthcare culture independent of the pharmaceutical industry and the medical-hospital complex.

Este artículo presenta y analiza la atención de salud en las comunidades quilombolas de Brasil, especialmente el uso de plantas medicinales específicas para enfermedades comunes en niños pequeños. Las comunidades quilombolas surgieron en el siglo XVII, creadas por afrodescendientes que huían de la esclavitud colonial. Los quilombos son espacios de resistencia política, cultural y física. En este escenario, se desarrolla entre la población quilombola una cultura especial de salud y cuidado del cuerpo, que incluye el tratamiento de enfermedades comunes en los niños pequeños con plantas medicinales: infecciones respiratorias y diarreas. Esta farmacia específica para niños expresa el poder de las culturas de resistencia para construir conocimiento y tecnología para el cuidado de la salud. Esta farmacia puede garantizar la autonomía parcial o total de la industria farmacéutica para los quilombolas. La recolección de datos se realizó en junio de 2024 en las bases de datos LILACS, PUBMED y SCOPUS con los siguientes términos y sus variantes: “plantas medicinales”, “Quilombos” y “enfermedades infantiles”. Los términos fueron seleccionados mediante consulta en los Descriptores de Ciencias de la Salud (DEC) y definidos mediante el desarrollo y prueba de estrategias de búsqueda. Durante las pruebas, al agregar otros términos como medicinas herbales, no se recuperaron registros en las bases de datos seleccionadas y, por lo tanto, no se incluyeron en la estrategia. Se concluye que la cultura de resistencia de los quilombos es una fuente posible de una cultura de salud autónoma de la industria farmacéutica y del complejo médico-hospitalario