Prevalência de hipersomatotropismo em gatos diabéticos em Porto Alegre, RS
Visualizar/abrir
Data
2025Autor
Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
O hipersomatotropismo (HST) é uma endocrinopatia crônica decorrente da hipersecreção do hormônio do crescimento (GH) por somatotropinomas hipofisários. A prevalência de diabetes mellitus (DM) entre os gatos com HST ultrapassa os 90% devido aos efeitos metabólicos antagônicos à insulina do GH. O diagnóstico de HST pode ser determinado com base na confirmação de valores elevados de IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina-1) e complementado pela presença de neoplasia hipofisária em exame ...
O hipersomatotropismo (HST) é uma endocrinopatia crônica decorrente da hipersecreção do hormônio do crescimento (GH) por somatotropinomas hipofisários. A prevalência de diabetes mellitus (DM) entre os gatos com HST ultrapassa os 90% devido aos efeitos metabólicos antagônicos à insulina do GH. O diagnóstico de HST pode ser determinado com base na confirmação de valores elevados de IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina-1) e complementado pela presença de neoplasia hipofisária em exames de imagem. Em contrapartida, a prevalência de HST em gatos diabéticos varia de cerca de 15 até 30% de acordo com o estudo e país. O objetivo do presente estudo foi avaliar se a prevalência de HST entre gatos com DM na região de Porto Alegre no Sul do Brasil, é comparável à documentada recentemente em Buenos Aires, Argentina (~14,8%). Felinos com DM em insulino-terapia há pelo menos 2 meses, sem diagnóstico de outras endocrinopatias foram convidados a passar por uma avaliação clínica e realização de exames complementares (hemograma, perfil bioquímico, T4 total, IGF-1, urinálise e ultrassonografia abdominal). Pacientes com concentração sérica de IGF-1 maior que 500 ng/mL foram convidados a realizar tomografia computadorizada (TC) de hipófise. A [IGF-1] foi determinada por quimioluminescência (Immulite 2000, Siemens), metodologia que adota o ponto de corte de 670 ng/mL para diagnóstico de HST em felinos. Com os dados avaliados nesse estudo, presume-se que a prevalência de hipersomatotropismo em gatos diabéticos de Porto Alegre seja de 7,69% (2 em 26 felinos), menor que a documentada em outros países, sugerindo diferenças genéticas e ambientais entre as populações. Além disso, pacientes com valores de IGF-1 próximos do limite de referência podem ser falsos-negativos. Dos 33 gatos avaliados clinicamente, 7 (21,2%) abandonaram o estudo e não realizaram as avaliações laboratoriais. Gatos sem raça definida representaram 93,93%, sendo machos mais acometidos (63,6%). Destes, 90,1% eram castrados, ao passo que 100% das fêmeas eram castradas. A média de idade dos pacientes avaliados foi de 10,62 (± 3,87) anos e a do peso foi de 5,47 (± 1,39) kg. A dose mediana de insulina no momento da avaliação foi de 1,2 (0,35 - 3,33) UI/kg/24h. A mediana de IGF-1 foi de 264 (79,5 - 755) ng/mL nos pacientes avaliados. Somente um paciente apresentou IGF-1 elevado (755 ng/mL), tendo confirmada hiperplasia hipofisária na TC. Outros dois pacientes com valores de IGF-1 > 550 foram submetidos à TC, e em um verificou-se hiperplasia de hipófise (IGF-1 = 648 ng/mL), e em outro a hipófise foi considerada normal (IGF-1 = 591 ng/mL). ...
Abstract
Hypersomatotropism (HST) is a chronic endocrinopathy resulting from the hypersecretion of growth hormone (GH) by pituitary somatotropinomas. The prevalence of diabetes mellitus (DM) among cats with HST exceeds 90% due to GH's insulin-antagonistic metabolic effects. The diagnosis of HST can be determined based on elevated levels of insulin-like growth factor-1 (IGF-1), and is complemented by the presence of pituitary neoplasia on imaging studies. Conversely, the prevalence of HST in diabetic cat ...
Hypersomatotropism (HST) is a chronic endocrinopathy resulting from the hypersecretion of growth hormone (GH) by pituitary somatotropinomas. The prevalence of diabetes mellitus (DM) among cats with HST exceeds 90% due to GH's insulin-antagonistic metabolic effects. The diagnosis of HST can be determined based on elevated levels of insulin-like growth factor-1 (IGF-1), and is complemented by the presence of pituitary neoplasia on imaging studies. Conversely, the prevalence of HST in diabetic cats ranges from approximately 15% to 30%, depending on the study and country. The aim of the present study was to assess whether the prevalence of HST among diabetic cats in the region of Porto Alegre, southern Brazil, is comparable to that recently documented in Buenos Aires, Argentina (~14.8%). Cats with DM undergoing insulin therapy for at least two months, with no diagnosis of other endocrinopathies, were invited to undergo clinical evaluation and additional tests (complete blood count, biochemical profile, total T4, IGF-1, urinalysis, and abdominal ultrasound). Patients with serum IGF-1 concentrations greater than 500 ng/mL were invited to undergo pituitary computed tomography (CT). IGF-1 concentrations were determined using chemiluminescence (Immulite 2000, Siemens), a method that adopts a diagnostic cutoff of 670 ng/mL for feline HST. Based on the data assessed in this study, the presumed prevalence of hypersomatotropism in diabetic cats in Porto Alegre is 7.69% (2 out of 26 cats), lower than that documented in other countries, suggesting genetic and environmental differences between populations. Furthermore, patients with IGF-1 values close to the reference cutoff may be false negatives. Of the 33 cats evaluated clinically, 7 (21.2%) dropped out of the study and did not undergo laboratory testing. Mixed-breed cats represented 93.93% of the study population, with males more frequently affected (63.6%). Of these, 90.1% were neutered, and 100% of the females were spayed. The average age of the evaluated patients was 10.62 (± 3.87) years, and the average weight was 5.47 (± 1.39) kg. The median insulin dose at the time of evaluation was 1.2 (0.35 – 3.33) UI/kg/24h. The median IGF-1 concentration was 264 (79.5 – 755) ng/mL in the evaluated patients. Only one patient showed elevated IGF-1 (755 ng/mL) and had pituitary hyperplasia confirmed on CT. Two other patients with IGF-1 > 550 underwent CT; one had confirmed pituitary hyperplasia (IGF-1 = 648 ng/mL), while the other had a normal pituitary gland (IGF-1 = 591 ng/mL). ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Veterinária. Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias.
Coleções
-
Ciências Agrárias (3364)Ciências Veterinárias (1034)
Este item está licenciado na Creative Commons License
