“Eles só brincam” : concepções dos adultos sobre o brincar de crianças de zero a dois anos

Abstract

O presente trabalho tem o objetivo de investigar quais as concepções de pais e professoras que atuam no berçário, acerca do brincar dos bebês de zero a dois anos de idade. Para tanto, realizei um estudo de caso coletivo, no qual a coleta de dados deu-se através de entrevistas semiestruturadas com dez adultos, sendo estes quatro pais e seis educadoras de uma escola de Educação Infantil da rede privada de ensino, localizada na região de Porto Alegre/RS. Para melhor entender o brincar infantil, embasei-me em estudos de Tânia Fortuna e Jean Piaget sobre aspectos da atividade lúdica na primeira infância, tais como: sua gênese, importância no desenvolvimento infantil, e o papel do adulto. A partir dos dados coletados analiso as concepções e ações dos sujeitos investigados no que se refere ao brincar dos bebês no âmbito escolar e nos demais espaços em que circulam habitualmente. Nas falas dos participantes foram encontrados elementos essenciais para compreender suas visões a respeito do brincar na infância. Os resultados da pesquisa evidenciam que certas práticas levadas a efeito pelos adultos não estão favorecendo a atividade lúdica e, por conseguinte, o desenvolvimento infantil. No entanto, observei que os entrevistados compreendem que é fundamental propiciar momentos lúdicos prazerosos e ricos nos primórdios da infância. Tais achados permitem concluir que uma há nítida discrepância sobre o brincar dos bebês e o entendimento de sua importância para o desenvolvimento infantil.