Reflexões sobre o cotidiano escolar e a relação dos alunos com o saber

Abstract

Este trabalho investiga, a partir de uma prática de ensino aprendizagem em matemática, se é possível provocar em estudantes reflexões no que concerne às suas relações com o saber e com o ato de aprender matemática. As práticas foram desenvolvidas com estudantes de uma escola de periferia, pertencentes a classes sociais populares, cujas expressões sobre si mesmos mostram que não se percebem capazes para aprender. A pesquisa se apoia nos estudos feitos por Bernard Charlot sobre a noção da relação com o saber, e a metodologia que a estrutura apresenta elementos que se aproximam do processo de pesquisa-ação. Ao perceber as mudanças que os estudantes apresentaram na concentração e na persistência perante as atividades e nas manifestações a respeito de si mesmos, conclui-se que é possível provocar a relação de estudantes de periferia com o saber e com a matemática.

This paper presents reflections on practices of teaching and learnings mathematics, involving students from a school in the outskirts. The students participating in those practices belong to low social layers, and their expressions show that they do not perceive themselves as able to learn. It was investigated whether it is possible to bring on some reflection regarding their relationships with knowledge and the act of learning mathematics. The analysis relies on studies by Bernard Charlot on the notion of the relationship to knowledge and the methodology adopted is close to the action research process. Taking into account the changes that students showed in concentration and persistence in the face of the activities and in sayings about themselves, we conclude that it is possible to provoke changes in the relationships of outskirts' students with knowledge and mathematics.