Trabalho de Conclusão de Curso

Abstract

A reconquista da disciplina de filosofia por um espaço próprio no âmbito escolar, ao mesmo tempo em que é um mérito alcançado, é uma obrigação que se faz em mantê-la erguida e respeitada perante um conjunto de disciplinas escolares já consagradas na grade curricular. A reincorporação da filosofia como disciplina obrigatória na estrutura curricular das escolas trouxe consigo a necessidade de se pensar um currículo próprio para esta. Tem-se como apoio para tal a primeira parte do volume 3 das Orientações Curriculares para o Ensino Médio, documento este lançado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). Neste documento ressalta-se a importância de uma formação crítica e cidadã. Desse modo, deve-se analisar o lugar que a filosofia ocupa no contexto dos saberes humanos e a relação, assim, estabelecida com a atitude daquele que a leciona. As curiosidades humanas se fazem presentes e cabe ao professor de filosofia acolhê-las, a fim de que não sejam negligenciadas no espaço escolar, ao mesmo tempo em que, a Filosofia, por si só, dispõe de subsídios para que assim se proceda. Compreender o que é filosofia faz-se imprescindível para que essa dimensão seja explorada, permitindo-se, desta maneira, uma interdisciplinaridade escolar. Uma estratégia para tanto é partir de definições implícitas, o que fornece um bom auxilio nesse sentido. Outra estratégia é a de caracterização, tomando-se algumas características relevantes à Filosofia. Nesse sentido, tem-se que a Filosofia dispõe de um caráter conceitual para a resolução de seus problemas, os quais, por sua vez, também devem ser corretamente compreendidos. Uma vez que se tem constatado que o ser humano dispõe de uma estrutura conceitual, a qual lhe é inerente, cabe considerar sua capacidade de elaboração conceitual e, assim, emoldurar sua função como disciplina de um espaço escolar. Seguindo essa linha de raciocínio, tem-se uma distinção importante entre uma lógica e uma psicologia do conceito, ambas relacionadas entre si e que constituem o cerne da didática. Aplicadas à Filosofia, pode-se desenvolver um trabalho escolar pautado na argumentação e no desenvolvimento de mapas conceituais. Essa metodologia de trabalho está de acordo com o que é pretendido pelo MEC, a saber, o desenvolvimento de uma consciência crítica e cidadã, bem como, contempla a abrangência de qualquer um dos conteúdos por ele propostos. O trabalho realizado no último estágio mostrou mais nitidamente a evolução dos alunos quanto à formação cidadã e de senso crítico. Isso se deve a um trabalho mais intenso no que diz respeito ao uso de um desenvolvimento argumentativo e conceitual. O seguimento fiel ao componente curricular da escola também teve seus objetivos alcançados, atendendo a uma variedade de conteúdos, pôde-se atingir os diferentes interesses e curiosidades dos alunos, bem como, desenvolver as habilidades no que diz respeito ao emprego de uma didática própria nas aulas de filosofia. Os resultados obtidos quanto ao progresso das turmas foi satisfatório, levando-se em consideração a reduzida carga horária da disciplina. Ao final do estágio os alunos estavam mais engajados e atentos diante dos problemas que lhes eram apresentados. As evidências extraídas das análises dos trabalhos dos alunos mostram que o aspecto conceitual e argumentativo da Filosofia fornece ferramentas para a resolução de problemas de qualquer ordem, não apenas os filosóficos.