“É invisível” : os modos que as crianças pequenas encontram para “burlar” as normas da escola
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Data
2014Orientador
Nível acadêmico
Graduação
Resumo
Neste estudo, busquei entender, junto às crianças, o modo como agem quando não seguem as normas da escola. A pesquisa foi realizada em uma Escola de Educação Infantil particular de Porto Alegre com cinco crianças de 3 a 4 anos durante dez meses no ano de 2014. O objetivo principal deste estudo foi entender como tais crianças operam e o que fazem quando não seguem as normas da escola. A metodologia de pesquisa utilizada está baseada na etnografia pós-crítica de pesquisa com crianças, sendo reali ...
Neste estudo, busquei entender, junto às crianças, o modo como agem quando não seguem as normas da escola. A pesquisa foi realizada em uma Escola de Educação Infantil particular de Porto Alegre com cinco crianças de 3 a 4 anos durante dez meses no ano de 2014. O objetivo principal deste estudo foi entender como tais crianças operam e o que fazem quando não seguem as normas da escola. A metodologia de pesquisa utilizada está baseada na etnografia pós-crítica de pesquisa com crianças, sendo realizada a partir da observação participante, conversas com as crianças sobre as regras e normas, desenhos e o diário de campo para registro e reflexões. Vali-me dos estudos de Sarmento (2005) para pensar sobre as diferentes infâncias; Foucault (2013), quando traz o conceito de disciplinamento; Dornelles e Lima (2014) e Meyer (2012), ao discutirem sobre etnografia pós-crítica de pesquisa, Kuhlmann (1998) para que pudesse entender como a História da Educação foi constituindo ao longo dos tempos o cenário que encontramos hoje na escola de crianças. Com este trabalho, pude perceber que das cinco crianças estudadas, em algum momento do cotidiano da escola, TODAS escaparam as regras, às normas, escapam ao controle. Pude perceber que elas encontram três principais maneiras de nos escapar: o choro, a argumentação através das regras e a argumentação a partir da sua cultura. Tendo suas argumentações como ponto de partida para minhas análises, percebi que, embora os modos de disciplinarmos as crianças na educação infantil façam parte de nossa sociedade, é possível negociarmos através de conversas, sugestões e ideias que surjam, tomando como ponto de referência seus posicionamentos e argumentações. Aprendi que é possível organizarmos com as crianças e a partir de suas perspectivas, novos modos de convivência que levem em conta que as crianças, mesmo pequenas, são capazes de se posicionarem frente às adversidades e impasses que surgem no espaço escolar. O que observei em minha investigação de Trabalho de Conclusão de Curso foi que as crianças têm seus modos de questionar ou inverter sistemas e regras e esses comportamentos não precisam ser vistos como bons ou maus, mas sim como uma resposta a mudança (válida) do modo de lidar da sociedade com a criança e com a infância. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação. Curso de Pedagogia: Licenciatura.
Coleções
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TCC Pedagogia (1399)
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