Relação entre o tipo de convênio do paciente hospitalizado e o risco para estresse psicossocial da equipe de enfermagem de um hospital universitário de Porto Alegre

Abstract

Atualmente o estresse é considerado o grande precursor de muitas doenças, sejam elas físicas ou emocionais, que afetam os indivíduos. Neste mesmo contexto, o estresse psicossocial vem interferindo no estilo de vida de muitos trabalhadores, principalmente aqueles pertencentes a profissões estressantes ou provocadoras de tensão. O risco para o estresse psicossocial no trabalho pode ser mensurado através de escalas ou instrumentos como o questionário de Desequilíbrio entre o Esforço e Recompensa no Trabalho (DER). Este trabalho teve como objetivo geral avaliar a relação entre o risco para estresse psicossocial dos profissionais de enfermagem e o tipo de convênio dos pacientes internados. Trata-se de um recorte de um projeto maior, de natureza quantitativa com delineamento transversal analítico. A coleta dos dados foi realizada no período de julho a outubro de 2013, no Serviço de Enfermagem Clínica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), com os profissionais de enfermagem ativos de duas unidades de internação, uma que atende apenas pacientes provenientes do convênio com o Sistema único de Saúde (SUS) e outra que recebe pacientes de convênios privados. A análise dos dados foi realizada através de estatística descritiva e do teste T independente e o teste de Qui Quadrado. Este estudo foi aprovado pela Comissão de Pesquisa (COMPESQ) da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pelo Grupo de Pesquisa e Pós Graduação (GPPG) e Comitê de Ética do HCPA. A DER possui 16 questões e avalia a percepção do indivíduo sobre o esforço despendido no trabalho, recompensa que a empresa oferece ao trabalhador e o comprometimento com o emprego. A amostra foi composta por 25 profissionais na unidade 4º Sul (pacientes privados), e 40 na unidade 6º Norte (SUS), totalizando 65 participantes. Dos profissionais estudados, 60% (39) possui risco para estresse psicossocial, dentre eles 66,7% (26) da unidade 6º Norte, e 33,3% (13) do 4º Sul. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os resultados das duas unidades e consequentemente, não houve como comparar o risco para estresse psicossocial entre as duas unidades de internação, o que demonstrou que não há relação entre o estresse psicossocial e o tipo de convênio de pacientes atendidos por profissionais na enfermagem. Evidenciou-se que os participantes estudados possuem alto risco para desenvolver estresse psicossocial, independente do tipo de convênio atendido. Considera-se pertinente a realização de outros estudos acerca desta relação, com a finalidade de instituir medidas para diminuir o risco para estresse ocupacional.