Sargento Getúlio : Aquiles sertanejo não resiste à modernização à brasileira

Abstract

O presente trabalho tem como objetivo central fazer uma leitura crítica de Sargento Getúlio (1971), segundo romance de João Ubaldo Ribeiro. A análise aqui empreendida procura demonstrar como a obra está inserida no que José Hildebrando Dacanal definiu como o ciclo da Nova narrativa épica latino-americana, bem como expor que a trajetória do narrador confirma a tese de que o avanço do progresso e da consciência lógico-racionalista na América Latina ao longo do século XX causa a inviabilidade da vida pautada por uma consciência arcaica e mítico-sacral, como é o caso de Getúlio. Para esse objetivo, procurou-se definir os termos do que é a nova narrativa referida por Dacanal, bem como, a partir da leitura de textos de Bernd (2001) e Araújo (2014), entender as relações que organizam a vida de Getúlio e o levam à morte trágica, único escape praticável para a compreensão de mundo obsoleta do protagonista do romance.

The present work has as main objective to make a critical reading of Sergeant Getúlio (1971), João Ubaldo Ribeiro’s second novel. The analysis aims to demonstrate how this work fits in what José Hildebrando Dacanal defined as the New Latin American epic narrative cycle, as well as expose that the trajectory of the narrator confirms the thesis that the advance of progress and of the logical-rationalist consciousness in Latin America throughout the 20th century causes the unfeasibility of life ruled by an archaic and mythical-sacral consciousness, as is the case of Getúlio. For this we tried to define the terms of what is the new narrative referred to by Dacanal, as well as understand, from the reading of Bernd (2001) and Araujo (2014), the relations that organize the life of Getúlio and lead him to tragic death, the only possible escape for his obsolete comprehension of the world.