O caso da Tchecoslováquia : os condicionantes externos da Revolução Comunista de 1948

Abstract

A Tchecoslováquia se insere no Sistema Internacional como um Estado de pouco expressividade e, devido a isso, poucas análises oriundas do Brasil são atribuídas a sua curta, mas complexa, existência. Durante menos de 80 anos, sofreu todo tipo de ingerência externa, o que acarretou na multiplicidade de regimes políticos, passando da democracia para o comando militar, deste para o protetorado nazista e, por fim, vivenciou-se o período comunista. Por isso, o objetivo geral deste Trabalho de Conclusão de Curso é compreender por que o processo de Revolução Comunista na Tchecoslováquia se configurou como um caso particular na história da Europa Centro-Oriental, explorando os condicionantes externos como sua singularidade. Como ponto de partida, duas hipóteses foram elaboradas. Tem-se como hipótese primária que os interesses e as relações entre os Estados europeus entre 1918 e 1948 criaram as condições necessárias para afetar a conjuntura interna à Tchecoslováquia de forma a favorecer a retórica comunista do Partido Comunista da Tchecoslováquia (KSČ). A hipótese secundária é de que a retórica comunista do KSČ respaldouse em conceitos como democracia, nacionalismo e patriotismo, no intuito de obter apoio de outras camadas da sociedade as quais não era possível atingir apenas com a essência de sua ideologia. A metodologia empregada no desenvolvimento da pesquisa é a análise histórica e a técnica de pesquisa baseia-se em uma ampla revisão da bibliografia disponível a respeito do tema tratado. Conclui-se que a ingerência externa é o conceito que conecta os capítulos deste Trabalho de Conclusão de Curso, pois é este conceito que particulariza o processo de implementação do regime comunista da Tchecoslováquia, quando analisado entre os demais ocorridos na Europa Centro-Oriental.

Czechoslovakia is embedded in the international system as a state of little expressiveness, and because of this, few analyzes from Brazil are attributed to its short but complex existence. During less than 80 years, it suffered all kinds of external interference, which resulted in the multiplicity of political regimes, from democracy to military command, from this to the Nazi protectorate and finally the communist period was experienced. Therefore, the general purpose of this Final Paper is to understand why the process of Communist Revolution in Czechoslovakia has become a particular case in the history of Central East Europe, exploring external constraints as its uniqueness. As a starting point, two hypotheses have been elaborated. It is a primary hypothesis that interests and relations between European states between 1918 and 1948 created the necessary conditions to affect the internal situation in Czechoslovakia in order to favor the Communist rhetoric of the Communist Pary of Czechoslovakia (KSČ). The secondary hypothesis is that the communist rhetoric of KSČ was based on concepts such as democracy, nationalism and patriotism, in order to gain support from other layers of society that could not be reached only with the essence of its ideology. The methodology used in the development of the research is the historical analysis and the research technique is based on a broad review of the bibliography available on the subject. It is concluded that external interference is the concept that connects the chapters of this Final Paper, because it is this concept that particularizes the process of implementation of the Czechoslovak communist regime, when analyzed among the others occurred in Central East Europe.