O silêncio potente na clínica psicanalítica
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Data
2020Orientador
Nível acadêmico
Mestrado
Tipo
Assunto
Resumo
A presente dissertação teve como objetivo analisa uma forma específica de silêncio que se produziu durante sessão de psicoterapia psicanalítica: o silêncio potente. Esse silêncio é compartilhado entre psicanalista e paciente e resultado de um processo marcado por diferentes momentos de silêncio vivenciados na experiência psicanalítica. Para atingir tal objetivo, o método psicanalítico de investigação norteou o estudo, cujo material foi composto por dois fatos clínicos em que essa forma de silên ...
A presente dissertação teve como objetivo analisa uma forma específica de silêncio que se produziu durante sessão de psicoterapia psicanalítica: o silêncio potente. Esse silêncio é compartilhado entre psicanalista e paciente e resultado de um processo marcado por diferentes momentos de silêncio vivenciados na experiência psicanalítica. Para atingir tal objetivo, o método psicanalítico de investigação norteou o estudo, cujo material foi composto por dois fatos clínicos em que essa forma de silêncio esteve presente. A análise dos fatos clínicos demonstra que o silêncio potente aparece no percurso psicoterapêutico como um espaço de abertura para o inconsciente no qual movimentos psíquicos podem ocorrer e gerar torções em percepções previamente estabelecidas permitindo, por consequência, a possibilidade do novo e da criação. Fazer silêncio durante a sessão equivale a mostrar o inconsciente pulsional, mas também a convocá-lo de novo, pois é nesse “nada” posto no espaço de silêncio potente que o sujeito do inconsciente vive. A análise do material permite pensar também que existe uma marca de leveza, de jogo, de brincadeira no silêncio potente em questão, o qual se constitui em um espaço lúdico do sujeito com ele mesmo. Ele aparece em um lugar semelhante ao do brincar para a criança e a arte para o adulto. Dessa forma, seria possível perceber o silêncio potente, assim como o brincar, como um espaço potencial e como uma possibilidade de playground terapêutico. Outro ponto relevante da pesquisa foi a percepção de que o silêncio potente é resultado de um processo marcado por silêncios que o antecedem e que compõem uma caminhada silenciosa que prepara o terreno para o seu surgimento. Aspectos intersubjetivos como a presença sensível e o silêncio da analista surgem como fatores de interferência nesses movimentos silenciosos iniciais. ...
Abstract
This dissertation aimed to analyze a specific form of silence that was produced during psychoanalytic psychotherapy sessions: potent silence. This silence is shared between psychoanalyst and patient and arises from a process characterized by different moments of silence in the psychoanalytic experience. To achieve this aim, the psychoanalytic method guided the study, whose material was composed of two clinical facts in which this form of silence was present. The analysis of clinical facts shows ...
This dissertation aimed to analyze a specific form of silence that was produced during psychoanalytic psychotherapy sessions: potent silence. This silence is shared between psychoanalyst and patient and arises from a process characterized by different moments of silence in the psychoanalytic experience. To achieve this aim, the psychoanalytic method guided the study, whose material was composed of two clinical facts in which this form of silence was present. The analysis of clinical facts shows that potent silence appears in the psychotherapeutic course as an opening space for the unconscious in which psychic motions can occur and generate twists in previously established perceptions, thus allowing the possibility of the new and the creation. To be silent during the session is equivalent to showing the instinctive unconscious but also to summoning it again, as this "nothing" placed in the space of potent silence is where the subject of the unconscious lives. The analysis of the material also reveals that there is a sign of lightness, of play in this potent silence, which constitutes a playful space for the subject with him/herself. It appears in a place similar to that of playing for children and art for adults. Thus, potent silence, as well as playing, may be perceived as a potential space and as an opportunity for a therapeutic playground. Another relevant point of the study was the perception that potent silence arises from a process characterized by preceding silences that make up a silent walk preparing the ground for its emergence. Intersubjective aspects such as the analyst’s sensitive presence and silence appear as interfering factors in these initial silent motions. ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Psicologia. Programa de Pós-Graduação em Psicanálise: Clínica e Cultura.
Coleções
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Ciências Humanas (7455)
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