Willing and wanting : a volitionalist account of motivation
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Data
2021Orientador
Nível acadêmico
Doutorado
Tipo
Assunto
Resumo
O objetivo desse trabalho é motivar e defender a tese de que a vontade é a fonte de nossas ações. De acordo com o modelo volicionalista que defenderei, nós somos dotados de vontade, uma capacidade de tomar decisões. Quando agimos intencionalmente e por uma razão, a atividade da vontade é parte da etiologia da ação. Isto é, parte do que explica a ação é o fato de que o agente exercitou sua vontade de maneira a decidir agir à luz de certa consideração. Ademais, de acordo com esse modelo, a ativid ...
O objetivo desse trabalho é motivar e defender a tese de que a vontade é a fonte de nossas ações. De acordo com o modelo volicionalista que defenderei, nós somos dotados de vontade, uma capacidade de tomar decisões. Quando agimos intencionalmente e por uma razão, a atividade da vontade é parte da etiologia da ação. Isto é, parte do que explica a ação é o fato de que o agente exercitou sua vontade de maneira a decidir agir à luz de certa consideração. Ademais, de acordo com esse modelo, a atividade da vontade não pode ser reduzida às operações de desejos ou juízos normativos. O agente, por meio de sua vontade, desempenha um papel irredutível na produção de suas ações. Minha defesa desse modelo emerge gradualmente da crítica de modelos alternativos. Em primeiro lugar, eu rejeito a ideia de que somos movidos por desejos compreendidos como forças motivacionais. Eu argumento que essa ideia é incompatível com a existência de casos de incentivos múltiplos (isto é, casos nos quais o agente tem mais de um incentivo para agir mas nos quais seu motivo corresponde a apenas um desses incentivos). Para dar conta de tais casos, nós temos que atribuir a agentes a capacidade de determinar ativamente os objetivos visados por suas ações. Essa capacidade é a vontade do agente. Em segundo lugar, eu sustento que casos de incentivos múltiplos mostram que a vontade não pode ser compreendida como a capacidade de identificar razões para ação e pesá-las de modo a chegar a um veredicto normativo sobre o que devemos fazer. Antes, devemos conceber a vontade como razão prática, entendida como a capacidade de se engajar em episódios de raciocínio que concluem não em juízos normativos mas em intenções. Após argumentar em favor da concepção da vontade como razão prática, me volto para o modelo padrão da ação, segundo o qual nossas ações são causadas por pares desejo-crença. Sustento que uma vez que recusamos a noção de forças motivacionais, desejos (no sentido amplo que defensores do modelo padrão usam o termo) apenas podem ser compreendidos como disposições para decidir agir à luz de certas considerações e que, consequentemente, o modelo padrão colapsa no modelo volicionalista. Isso encerra minha defesa da tese de que nós não somos movidos por nossos desejos, mas antes determinamos nosso próprio comportamento por meio do exercício da nossa vontade. Por fim, argumento que devemos compreender a vontade não como a capacidade de decidir à luz de nossas crenças, mas antes como a capacidade de decidir à luz de fatos – uma capacidade que não é perfeitamente exercitada quando decidimos agir à luz de uma crença (mesmo que verdadeira). ...
Abstract
The goal of this work is to motivate and defend the view that the will is the source of our actions. According to the volitionalist model I will defend, we are endowed with a will, a capacity to make decisions. When we act intentionally and for a reason, the activity of the will is part of the etiology of the action. That is, part of what explains an action is the fact that the agent has exercised her will so as to decide to act in light of a particular consideration. Furthermore, according to ...
The goal of this work is to motivate and defend the view that the will is the source of our actions. According to the volitionalist model I will defend, we are endowed with a will, a capacity to make decisions. When we act intentionally and for a reason, the activity of the will is part of the etiology of the action. That is, part of what explains an action is the fact that the agent has exercised her will so as to decide to act in light of a particular consideration. Furthermore, according to this model, the activity of the will cannot be reduced to the operation of desires or normative judgments. The agent, through her will, plays an irreducible role in the production of her actions. My defense of this model emerges gradually from the criticism of alternative models. First, I reject the idea that we are moved by desires conceived of as motivational forces. I argue that this idea is incompatible with the existence of multipleincentives cases (i.e., cases in which the agent has more than one incentive to act but in which her motive corresponds to only one of these incentives). In order to account for such cases, we have to ascribe to agents the capacity to actively determine the goals at which their actions aim. This capacity is the agent’s will. Second, I argue that multiple-incentives cases show that the will cannot be understood as the capacity to identify reasons to action and to weigh them in order to reach normative verdicts about what we should do. Rather, we should conceive of the will as practical reason, understood as the capacity to engage in pieces of reasoning that conclude not in normative judgments but in intentions. Having argued for the conception of the will as practical reason, I turn to the standard model of action, according to which our actions are caused by belief-desire pairs. I argue that once we abandon the notion of motivational forces, desires (in the broad sense in which supporters of the standard model use the term) can only be understood as dispositions to decide to act in light of certain considerations and, consequently, that the standard model collapses on the volitionalist model. That concludes my defense of the view that we are not moved by desires, but rather determine our own behavior through the exercise of our will. Lastly, I argue that the will should be understood not as a capacity to decide in light of our beliefs, but rather as a capacity to decide in light of facts – a capacity that is not perfectly exercised when we decide to act in light of a belief (even if it is true). ...
Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Filosofia.
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